Tragédia em Gaza: 20 mortos em busca de ajuda alimentar

Um lamentável episódio ocorreu esta manhã numa das pontos de distribuição de alimentos da Fundação Humanitária de Gaza (GHF), no sul da Faixa de Gaza, resultando na morte de pelo menos 20 pessoas. A organização, que conta com apoio de Israel e dos Estados Unidos, relatou que, segundo informações preliminares, 19 pessoas foram esmagadas durante uma debandada e uma outra vítima foi esfaqueada.

A GHF afirmou que a confusão foi "incitada" por elementos da multidão que têm ligações ao grupo islamita Hamas. Esta tragédia levanta questões sobre a segurança e a organização dos pontos de distribuição, que têm sido criticados por várias entidades internacionais, incluindo a ONU, pela aparente falta de imparcialidade e pelos episódios de violência que ocorrem em torno destes locais.

Desde o início das hostilidades, mais de 800 pessoas já faleceram devido a tiros nas imediações destes centros, com mais de 5.000 feridos, de acordo com o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza.

Os centros de distribuição de alimentos da GHF tornaram-se uma das poucas alternativas para que os habitantes da região consigam obter alimentos, embora muitos saiam sem nada, pois as quantidades disponíveis são insuficientes. Desde o início das suas operações em Gaza a 27 de maio, a organização relata ter distribuído mais de 1,2 milhões de cabazes de alimentos.

Cada cabaz é suficiente para alimentar cerca de 5,5 pessoas durante três dias e meio, o que sugere que, em um mês e meio de atividade, a GHF conseguiu atender cerca de 218.500 pessoas de uma população de aproximadamente 2,1 milhões. Contudo, uma vistoria realizada pela agência de notícias EFE demonstrou que as caixas de alimentos são deixadas em paletes, levando a disputas e uma recolha desorganizada.

Adicionalmente, a GHF não opera no norte de Gaza, onde a população frequentemente interrompe os camiões da ONU para apropriar-se da ajuda, muitas vezes de forma violenta.