Trabalhadores das Misericórdias voltam a exigir melhorias salariais
Hoje, trabalhadores das Misericórdias reuniram-se em frente ao Ministério do Trabalho para apresentar reivindicações. Prometem nova ação na próxima semana.

Um grupo de trabalhadores das Misericórdias organizou, nesta terça-feira, uma manifestação junto ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS), onde foram apresentadas as suas reivindicações. Cerca de 20 a 30 pessoas estiveram presentes, conforme relatou Catarina Fachadas, representante do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP).
A resolução com as exigências foi aprovada por unanimidade e posteriormente entregue a um assessor do secretário de Estado Adjunto e do Trabalho. Entre as principais reivindicações está a atualização do salário em 150 euros, com efeitos retroativos a janeiro, além de um pedido para iniciar a negociação de um Contrato Coletivo de Trabalho, que assegure os direitos dos trabalhadores.
A sindicalista destacou que a União das Misericórdias Portuguesas (UMP) tem promovido atualizações salariais anuais, mas estas têm-se limitado ao valor do salário mínimo, com ajustes irrisórios para alguns trabalhadores mais antigos. “Esses aumentos são insignificantes face ao aumento do custo de vida”, criticou.
Por sua vez, Miguel Raimundo, vogal do Secretariado Nacional da União, anunciou que, após negociações com outros sindicatos, foi acordada uma atualização de 50 euros para os trabalhadores abrangidos pela Frente Sindical da União Geral de Trabalhadores (FSUGT) e pela Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP). No entanto, o CESP não faz parte deste acordo.
Raimundo esclareceu que continua a haver conversações em curso com o CESP, tendo já sido agendada uma nova ronda negocial para o dia 9 de setembro. Para os associados do CESP que não foram incluídos no acordo, poderá ser publicada uma portaria de extensão para incluir esses trabalhadores.
O CESP manifestou preocupação com o fato de muitas Misericórdias não implementarem as atualizações salariais para os seus associados, resultando em disparidades salariais entre trabalhadores com funções iguais e antiguidade semelhante. Miguel Raimundo reconhece que essa situação é possível, mas não é desejável, e lembrou que a UMP recomenda às suas entidades associadas a uniformidade nas condições de trabalho.