Economia

Trabalhadores da Nobre realizam 23.ª greve em busca de reconhecimento

Funcionários da Nobre, em Rio Maior, aguardam reunião com o Ministério do Trabalho, esperançados que esta possa ser a chave para a resolução das suas reivindicações laborais.

14/08/2025 14:10
Trabalhadores da Nobre realizam 23.ª greve em busca de reconhecimento

Os colaboradores da Nobre, situada em Rio Maior, têm demonstrado uma forte vontade de ver as suas reivindicações atendidas, marcando assim a 23.ª greve desde fevereiro de 2023. A expectativa é que a próxima reunião de conciliação, marcada para 1 de setembro com o Ministério do Trabalho, traga um desfecho positivo para a luta dos trabalhadores.

A reunião, solicitada pela Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (FESAHT), visa transmitir aos empregadores a urgência do reconhecimento e da negociação com os trabalhadores. Segundo Cristina Camilo, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Indústria Alimentar (STIAC), existe a esperança de que a mensagem chegue de forma eficaz.

A atual greve, que contou com uma adesão estimada de "80%", foi impulsionada pela recusa da empresa em responder a cadernos reivindicativos que estão em discussão desde o início do ano. Os trabalhadores decidiram adiar a próxima paralisação, que irá ocorrer no dia 2 de setembro, em plenário, para avaliar os resultados da reunião com o governo.

A dirigente sindical sublinha que, apesar da presença limitada de alguns trabalhadores no piquete, muitos estão solidários e dispostos a participar, mesmo interrompendo períodos de férias para se juntar à causa. As reivindicações centrais incluem aumentos salariais substanciais, que estipulam um salário mínimo de mil euros, a renovação da contratação coletiva que expirou em 2016, e melhorias nas condições de trabalho, como o aumento do subsídio de alimentação e a redução da carga horária semanal para 35 horas.

A luta, conforme destaca Cristina Camilo, também abrange um clamor por maior atenção nas negociações coletivas, que têm sido negligenciadas por governos sucessivos, apesar das promessas feitas em campanhas eleitorais.

Aos repórteres da Lusa, a Nobre afirmou que a greve tem tido "um impacto limitado" nas operações da empresa e reiterou a sua disposição em manter um diálogo construtivo com as entidades sindicais, reafirmando que a reunião agendada visa encontrar uma solução que seja benéfica para todas as partes.

#GreveNobre #LutaTrabalhadores #DireitosLaborais