Desporto

Tiago Pires critica investimento insuficiente da WSL no surf

O ex-surfista profissional Tiago Pires elogia mudanças na WSL, mas defende que é urgente aumentar os prémios para os atletas e melhorar as condições financeiras na modalidade.

29/07/2025 19:40
Tiago Pires critica investimento insuficiente da WSL no surf

Tiago Pires, o primeiro português a competir no circuito principal da Liga Mundial de Surf (WSL), elogiou as novas diretrizes e o formato atual do campeonato de elite. No entanto, expressou preocupação em relação aos valores dos prémios, sublinhando a necessidade de um aumento significativo para os atletas. "As mudanças que foram implementadas são promissoras e indicam que a nova liderança da WSL está a focar mais nos surfistas e na atratividade do espetáculo. Contudo, é fundamental que as remunerações acompanhem este progresso", afirmou à Lusa.

Entre as novidades, destaca-se o regresso da etapa portuguesa em Peniche, que será realizada entre 22 de outubro e 1 de novembro de 2026, após uma alteração que a levou a ser antecipada para março em 2022, devido à pandemia.

Pires observou que "juntar as competições da Ericeira e de Peniche faz total sentido. Além do impacto ambiental das deslocações aéreas, há também a questão financeira, já que os custos de vida têm aumentado consideravelmente e os prémios continuam estagnados".

O surfista, que já alcançou os primeiros lugares do ranking mundial, destacou a desistência do brasileiro Caio Ibelli em relação ao circuito de acesso, devido à falta de incentivos financeiros e à incapacidade dos surfistas de arcar com os elevados gastos de deslocação e estadia.

"Os surfistas não devem ser obrigados a pagar para competir, suportando custos tão altos sem uma compensação justa", insistiu Pires, de 45 anos. Ele enfatizou que "os prémios de 2010 são equivalentes aos de 2025, o que é inadmissível".

Com a WSL adquirindo estatuto de modalidade olímpica desde os Jogos de Tóquio 2020, Pires sugeriu que, caso a liga não consiga atrair mais investimentos, deveria haver uma redistribuição mais equitativa entre os atletas.

Recentemente, a WSL lançou o calendário de 2026, que contará com 12 eventos e mudará o formato das finais. O Championship Tour terá uma nova estrutura com todas as eliminatórias, acabando com as repescagens. A temporada começará com três etapas na Austrália, seguida por eventos em El Salvador, Brasil, África do Sul, Polinésia Francesa, Fiji e nos Estados Unidos.

O Pipe Masters em Pipeline, no Havai, encerrará a temporada, com um aumento de pontos atribuídos para a batalha pelo título mundial, agora fixados em 15.000, ao invés dos habituais 10.000.

Ryan Crosby, CEO da WSL, afirmou: "Estas alterações demonstram o nosso empenho em respeitar o legado do surf e simultaneamente moldar o seu futuro, enquanto o circuito mundial celebra o seu 50.º aniversário". Atualmente, o brasileiro Yago Dora e a australiana Molly Picklum lideram os rankings após 10 das 11 etapas regulares.

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