Corrupção no Futebol Chinês: Mais Dois Ex-Dirigentes Condenados
Dois antigos altos responsáveis pelo futebol na China foram hoje condenados, totalizando 18 sentenças desde o início da intensa campanha anticorrupção que abala o desporto nacional.

Na mais recente fase da luta contra a corrupção que envolve o futebol chinês, dois antigos altos responsáveis foram condenados hoje por atos ilícitos, aumentando para 18 o total de condenações desde o início, em 2022, da mais ambiciosa campanha anticorrupção na história do desporto no país.
Liu Jun, ex-presidente da entidade que gere a Superliga Chinesa (CSL), recebeu uma pena de 11 anos de prisão e uma multa de 1,1 milhões de yuan (cerca de 132.703 euros) por ter aceitado subornos, tanto enquanto funcionário como agente não estatal. O tribunal também determinou o confisco dos ganhos ilegais obtidos por Liu, que é uma figura central neste vasto escândalo.
Wang Xiaoping, que ocupava o cargo de diretor do Comité Disciplinar da Associação Chinesa de Futebol (CFA), foi sentenciado a 10 anos e meio de prisão e multado em 700 mil yuan (cerca de 84.448 euros) por crimes semelhantes. Tal como Liu, Wang teve os seus rendimentos ilegítimos confiscados.
Este desenvolvimento aumenta a pressão sobre o futebol profissional chinês, que desde novembro de 2022 enfrenta uma onda de investigação que atinge ex-dirigentes, treinadores, árbitros e altos responsáveis da CFA. Entre os condenados destacam-se nomes de peso como Chen Xuyuan, ex-presidente da CFA, sentenciado à prisão perpétua, e Li Tie, antigo treinador da seleção nacional, que cumpre uma pena de 20 anos por práticas de suborno.
Outras condenações notáveis incluem Liu Yi, ex-secretário-geral da CFA, e Li Yuyi, ex-vice-presidente, ambos com penas de 11 anos. O ex-árbitro Tan Hai recebeu uma sentença de seis anos e meio, enquanto Ma Chengquan, ex-presidente da Superliga, foi condenado a mais de 11 anos por envolvimento em suborno e tráfico de influência.
Estas sentenças estão inseridas num contexto mais amplo, numa campanha anticorrupção promovida pelo Presidente Xi Jinping desde 2012, que se estende a vários sectores, incluindo o futebol. Embora as autoridades nacionais aleguem que esta iniciativa visa purificar o sistema, críticos apontam que também reforça o controle do Partido Comunista sobre as instituições e silencia vozes dissidentes.
A CFA, atualmente chefiada por Song Kai, afirmou que a sua prioridade será "corrigir a ética no sector e assentar as bases para uma nova Longa Marcha rumo ao progresso", referindo-se à necessidade de restaurar a credibilidade do futebol chinês após os recentes escândalos.