"Tensões na ONU: Israel critica Guterres após condenação de ataques aéreos"

O representante de Israel nas Nações Unidas, Danny Danon, não poupou críticas ao secretário-geral António Guterres, acusando-o de "falência moral" devido à sua condenação aos recentes ataques aéreos israelitas na Síria. Numa mensagem publicada na rede social X, Danon afirmou que, enquanto a comunidade drusa enfrenta um massacre no país, Guterres prefere permanecer em silêncio.

O diplomata israelita enfatizou que o ex-primeiro-ministro português “vilifica Israel”, acentuando que o seu país é “o único a combater ativamente as forças malignas” na região do Médio Oriente. Danon estabeleceu um paralelo entre os confrontos sectários na Síria e os ataques perpetrados pelo grupo palestiniano Hamas contra o sul de Israel no passado mês de outubro, lamentando que a ONU não tenha feito uma condenação firme em relação aos horrores ocorridos nessa ocasião.

“O silêncio vergonhoso persiste até após o massacre dos drusos”, acrescentou Danon numa declaração proferida na quinta-feira à noite.

Por outro lado, António Guterres manifestou preocupação com o aumento das violações da soberania síria e a escalada da violência na região de Sweida, predominantemente drusa. O porta-voz do secretário-geral realçou que Guterres condena as intensificações dos ataques aéreos israelitas em várias áreas, incluindo Damasco.

O líder da ONU expressou a sua consternação face ao impacto da violência sobre os civis, mencionando assassinatos arbitrários e atos que exacerbam as tensões sectárias, prejudicando a busca pela paz na Síria, após mais de 14 anos de conflito. Guterres reiterou a urgência de promover uma transição política credível e inclusiva em conformidade com as resoluções do Conselho de Segurança da ONU.

Na quarta-feira, Israel realizou vários ataques em território sírio, incluindo duas incursões em Damasco, que resultaram na morte de 15 militares e membros das forças sírias, segundo informações do Observatório Sírio dos Direitos Humanos. Este organismo também reportou ataques em Sweida, onde já se registaram mais de 350 mortes decorrentes de confrontos entre as comunidades drusa e sunita.