Tensão no FBI: Diretor-adjunto tira folga após desacordo sobre caso Epstein

O ambiente no FBI tornou-se tenso após um desentendimento entre a procuradora-geral dos Estados Unidos, Pam Bondi, e o diretor-adjunto da agência, Dan Bongino. Este último decidiu tirar uma folga um dia depois de uma discussão acesa sobre as recentes revelações do caso Jeffrey Epstein, que indicam que o magnata não possuía uma lista de clientes, contrariamente ao que se tinha assumido.

A notícia da ausência de Bongino foi divulgada por quatro fontes próximas à equipa de reportagens da Axios. A troca de palavras entre Bongino e Bondi ocorreu na quarta-feira, em resposta a uma atualização que reverteu alegações anteriores, constatando que Epstein não foi assassinado na prisão, onde estava detido por abuso de menores e tráfico sexual.

O cerne da discórdia parece estar relacionado com um vídeo de mais de 10 horas que registou a cela de Epstein no dia da sua morte em 2019. As autoridades asseguram que as imagens demonstram que Epstein optou por tirar a própria vida, e não, como muitos especulavam, que foi assassinado.

No entanto, um "minuto em falta" nas gravações gerou controvérsia. Este lapso, dizem as autoridades, resulta de um sistema de vigilância que desliga diariamente à meia-noite, um procedimento que consome um minuto. Isso lança dúvida sobre a integridade do material apresentado.

A revelação das imagens provocou uma onda de críticas entre apoiantes de Trump, que começaram a questionar a responsabilidade de Bongino na questão do "minuto em falta". As fontes indicam que o descontentamento de Bongino cresceu face à forma como Bondi tratou o caso, ao fazer menção a uma lista de clientes que, aparentemente, nunca existiu.

Durante uma conferência, Trump não hesitou em expressar o seu desencanto com o facto de o caso Epstein ainda ser discutido, destacando a necessidade de focar em questões mais urgentes, como a recente tragédia causada por cheias no Texas que resultaram em numerosas fatalidades.

Adicionalmente, fontes confidenciais mencionam que o diretor do FBI, Kash Patel, também estava desiludido com a abordagem de Bondi, apesar da sua popularidade entre os apoiantes de Trump.

Nos últimos anos, figuras ligadas ao movimento 'Make America Great Again' têm exigido a divulgação de documentos sobre Epstein que, supostamente, estariam a ser retidos pelo governo. Tucker Carlson, ex-apresentador da Fox News, demonstrou indignação com as conclusões da investigação que, segundo ele, tentaram "ocultar" a verdade, considerando isso uma ofensa ao público. Em seu podcast, alertou que a situação pode ser prejudicial para Trump e os republicanos, advertindo que estão a "brincar com o fogo".