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Telemóveis Android a Aumentar a Segurança em Caso de Terramotos

Investigadores revelam que os telemóveis Android, através do sistema "Android Earthquake Alert", conseguem detectar sismos e notificar utilizadores de forma eficiente.

17/07/2025 23:55
Telemóveis Android a Aumentar a Segurança em Caso de Terramotos

Um estudo publicado na revista Science revela que os telemóveis Android estão a desempenhar um papel crucial na segurança pública em situações de terramotos. Desde 2021, a equipa de pesquisa do Google, em colaboração com investigadores da Universidade da Califórnia, em Berkeley, e da Universidade de Harvard, desenvolveu o sistema "Android Earthquake Alert" (AEA).

Com uma quota de 70% no mercado global de smartphones, os dispositivos Android são equipados com um acelerómetro que é utilizado pelo sistema AEA para detectar sismos. De acordo com o artigo, entre 2021 e 2024, o sistema registou uma média de 312 terramotos mensais, alcançando magnitudes entre 1,9 e 7,8, e enviou alertas a utilizadores em 98 países para 60 tremores com magnitudes superiores a 4,5.

Durante o mesmo período, os telemóveis Android emitiram cerca de 18 milhões de alertas mensalmente. Para medir a eficácia desse sistema, os investigadores recolheram feedback voluntário através de questionários. Os resultados mostraram que 85% das pessoas que receberam alertas relataram ter sentido os tremores, com 36% a receber avisos antes de notarem o fenómeno.

Os especialistas explicam que, ao ocorrer um terramoto, ondas sísmicas iniciam a sua propagação desde o epicentro, sendo detectadas por sismómetros localizados na superfície terrestre. O sistema AEA foi projetado para funcionar mesmo quando o telefone está inativo; quando o acelerómetro identifica ondas sísmicas, ele envia automaticamente dados e a localização para os servidores do Google.

Estes servidores, ao processarem informações de múltiplos dispositivos, funcionam como uma rede de sismómetros, permitindo identificar a origem e magnitudes dos terramotos. O Google utiliza estas informações para alertar, quase em tempo real, todos os dispositivos na área potencialmente afetada. O sistema opera de forma automatizada, sem depender de decisões manuais, ao contrário dos alertas convencionais da Proteção Civil.

Os autores do estudo sublinham que o sistema contribui para a melhoria da detecção de sismos através da rapidez e abrangência na recolha de dados. "Em muitos casos, especialmente nos mais distantes do epicentro, o alerta chega antes das ondas sísmicas, dando aos utilizadores alguns segundos cruciais para se protegerem", afirmou Galderic Lastras, geólogo da Universidade de Barcelona, conforme relatado pelo Centro de Media Científica (SMC Espanha).

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