Economia

TAP: Oitenta Anos de História com Novos Rumos

O governo de Luís Montenegro inicia o processo de privatização da TAP, prevendo a venda de até 49,9% da companhia, que já enfrentou nacionalizações e controvérsias ao longo dos anos.

10/07/2025 17:30
TAP: Oitenta Anos de História com Novos Rumos

A TAP (Transportes Aéreos Portugueses), fundada em 1945, tem uma trajetória marcada por períodos de expansão e crise, com intervenções governamentais ao longo das décadas. O seu primeiro voo ocorreu em 19 de setembro de 1946, ligando Lisboa a Madrid. Após a Revolução dos Cravos em 1974, a transportadora tornou-se totalmente estatal, passando a ser gerida pelo governo português.

O primeiro movimento em direção à privatização aconteceu em 1991, no governo de Cavaco Silva, mas o processo não se concretizou em pleno, sendo apenas parcialmente realizado nas décadas seguintes. A tentativa de venda à Swissair em 1998 não se levou a cabo devido a complicações financeiras e políticas.

Com a crise económica de 2009 e a pressão da 'troika' em 2011, novas tentativas de privatização foram feitas, mas não tiveram sucesso. Foi somente em 2015 que a TAP foi vendida ao consórcio Atlantic Gateway, liderado por David Neeleman, que adquiriu 61% da companhia. Contudo, com a chegada do governo de António Costa, a situação alterou-se novamente, com o Estado recuperando o controlo maioritário durante a crise provocada pela pandemia de 2020.

Desde então, a TAP tem enfrentado desafios significativos, incluindo a polémica indemnização de 500 mil euros à ex-administradora Alexandra Reis e a demissão da CEO Christine Ourmières-Widener em 2023, em resposta a um relatório da Inspeção-Geral de Finanças.

Recentemente, o governo de Luís Montenegro deu início a um novo ciclo de privatização, propondo a alienação de até 49,9% do capital da companhia. Existindo interesse por parte de grandes grupos como Lufthansa e Air France-KLM, o cenário revela-se delicado, numa fase política conturbada e com a supervisão da Comissão Europeia ainda em vigor.

O novo processo inclui a reserva de 5% do capital para os trabalhadores e medidas que assegurem a manutenção do hub da TAP e de rotas estratégicas como condição para a venda.

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