Taiwan aspira a um entendimento comercial benéfico com os EUA

O líder de Taiwan, William Lai Ching-te, expressou a sua confiança na possibilidade de alcançar um "equilíbrio comercial" nas negociações tarifárias em curso com os Estados Unidos. Durante uma videoconferência com a equipa de negociação taiwanesa nos EUA, Lai enfatizou a necessidade de aprofundar as relações económicas e comerciais bilaterais, especialmente no contexto da política comercial do Presidente Donald Trump.

A porta-voz presidencial, Karen Kuo, revelou que o Presidente encorajou a equipa a centrar-se na defesa dos interesses nacionais e industriais, assim como na garantir a proteção da saúde pública e da segurança alimentar. O objetivo é assegurar condições tarifárias que beneficiem Taiwan.

Este anúncio surge na sequência de um comunicado de Trump, que decidiu adiar o término da trégua tarifária de 09 de julho para 01 de agosto, abordando também a possibilidade de novas tarifas a parceiros comerciais como Japão e Coreia do Sul, caso não sejam eliminados impostos e barreiras comerciais.

Apesar destas movimentações, o Governo taiwanês afirmou não ter recebido qualquer notificação dos EUA. A vice-primeira-ministra Cheng Li-chiun continua a trabalhar em prol de Taipé nas negociações.

Diante das "tarifas recíprocas" que poderiam atingir 32% para Taiwan, Taipé propôs iniciar diálogos comerciais com Washington, com ênfase em "tarifas zero", acelerar a importação de produtos norte-americanos e aumentar o investimento nos EUA, além de eliminar barreiras comerciais não tarifárias.

Contudo, caso as negociações não sejam bem-sucedidas e os EUA avancem com impostos sobre os semicondutores, que são cruciais para a economia taiwanesa, o impacto poderá ser severo. Taiwan já reconheceu que enfrentar dificuldades em crescer acima de 3% este ano seria uma realidade se esse cenário se concretizar.