Sussan Ley faz história ao ser eleita líder do Partido Liberal australiano

Sussan Ley fez história ao ser eleita hoje como a nova líder do Partido Liberal australiano, tornando-se a primeira mulher a assumir esta posição desde a fundação do partido em 1944. Esta mudança acontece numa fase em que a coligação de centro-direita procura recuperar a influência política após uma derrota significativa nas eleições.

Com a sua nomeação, Ley também se tornará a primeira mulher a liderar a oposição australiana, um marco importante na política do país. É interessante notar que Julia Gillard foi a primeira mulher a tornar-se primeira-ministra, ao liderar o Partido Trabalhista em 2010, período em que estava no governo.

Antes da sua ascensão à liderança, Sussan Ley acumula uma trajetória notável. Ela foi ministra da Saúde e do Ambiente durante o governo da coligação, que se manteve no poder desde 2013 até à derrota do atual primeiro-ministro Anthony Albanese, em 2022. Nos últimos três anos, ocupou o cargo de vice-líder do partido.

Na votação para a liderança, Ley superou Angus Taylor por um voto apertado, obtendo 29 contras 25, o que sugere uma tendência para um regresso do partido às posições mais centristas.

Além disso, Ley é a primeira líder liberal a representar uma região exterior a grandes cidades nos últimos 40 anos, especificamente a região de Farrer, em Nova Gales do Sul. Essa eleição reflete a crescente perda de apoio da coligação nos centros urbanos, onde será um desafio reconquistar os eleitores nos próximos três anos.

Para as próximas eleições, agendadas para 2028, Ley terá pela frente uma tarefa árdua, tendo em conta que a coligação, que agora lidera, sofreu uma das suas piores derrotas eleitorais a 3 de maio. De acordo com a Comissão Eleitoral Australiana, o Partido Trabalhista lidera atualmente 94 dos 150 assentos na câmara baixa do Parlamento, enquanto a coligação detém apenas 43, comparado a 77 antes das eleições de 2022.