China exige diálogo sem acusações sobre a questão do fentanil

A China solicitou, nesta terça-feira, que os Estados Unidos deixem de apontar o dedo a Pequim pela crise do fentanil, criticando as medidas tarifárias "sem justificativa" aplicadas por Washington. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian, afirmou em conferência de imprensa: "Se os EUA realmente desejam cooperar conosco, devem abjurar da difamação e iniciar um diálogo baseado na igualdade, respeito e benefícios mútuos."

Os Estados Unidos têm responsabilizado a China pela produção dos principais químicos necessários à fabricação de fentanil, um opioide sintético que se tornou uma séria preocupação de saúde pública, contabilizando anualmente milhares de mortes.

Na segunda-feira, durante as conversações comerciais em Genebra, Jamieson Greer, alto representante dos EUA para o Comércio, mencionou a crise do fentanil pela primeira vez. Este tema tem sido central nas tensões comerciais, com Washington a exigir uma ação por parte de Pequim contra a produção e exportação ilegais de substâncias químicas relacionadas.

As tarifas aplicadas pelos EUA sobre produtos chineses, que incluem sobretaxas adicionais, atingem atualmente até 145%, embora se preveja uma redução temporária para 30%. Este valor inclui os 20% impostos anteriormente pelo ex-presidente Donald Trump, com o objetivo de pressionar a China a intensificar os seus esforços no combate ao tráfico de fentanil.

Lin Jian, referindo-se à vontade da China para abordar a questão, enfatizou que o país tem estado ativo, mas não é o responsável pela crise. "Os EUA têm desconsiderado a disposição da China e imposto tarifas arbitrárias, o que prejudica enormemente a cooperação entre os nossos países no combate às drogas e afeta adversamente os nossos interesses", declarou.

Além disso, os EUA têm criticado a China por considerar insuficientes as suas ações contra a exportação ilegal dos componentes do fentanil. Contudo, as autoridades chinesas têm partilhado regularmente as medidas que implementaram para combater o tráfico de tais substâncias.