A classificação do partido Alternativa para a Alemanha (AfD) como extremista de direita foi suspensa temporariamente pelos serviços de informação alemães, enquanto aguarda decisão judicial sobre o recurso do partido.
A classificação do partido Alternativa para a Alemanha (AfD) como um grupo "comprovadamente extremista de direita" foi suspensa temporariamente pelos serviços de informação alemães. Esta suspensão ocorrerá até que o Tribunal Administrativo de Colónia se pronuncie sobre o recurso apresentado pelo partido em contestação à avaliação do Serviço Federal para a Proteção da Constituição (BfV).
O tribunal indicou que a situação permanecerá em suspensão até que se tome uma decisão, a data da qual ainda não é conhecida.
Como resultado imediato, o BfV irá retirar do seu site o comunicado de imprensa datado de 2 de maio, que anunciava a nova classificação do AfD, e a vigilância policial intensificada sobre o partido, que era permitida por essa avaliação, será suspensa.
Esta nova categorização, que surgiu na sexta-feira, teve grande impacto, especialmente uma vez que o AfD havia conseguido o segundo lugar nas últimas eleições legislativas, e coincidiu com a iminente posse do novo chanceler, Friedrich Merz, gerando tensões políticas adicionais, particularmente nas suas relações com a administração de Donald Trump, que tem laços com o partido.
A avaliação do BfV baseou-se num extenso relatório interno, com mais de 1.000 páginas, que concluiu que a ideologia do AfD "desvaloriza grupos inteiros da população na Alemanha" e compromete a dignidade humana, afirmando que tal postura é "incompatível" com a ordem democrática. Destacou-se também a "atitude hostil" do partido em relação a migrantes e muçulmanos.
A discussão sobre a possível proibição do AfD, partido fundado em 2013, foi reativada com estas considerações. Em 2022, o tribunal de Colónia já havia validado a decisão do BfV de classificar o AfD como um caso suspeito de extremismo. Os copresidentes do partido, Tino Chrupalla e Alice Weidel, consideraram a suspensão uma "vitória parcial contra os serviços de informação".