Sindicato exige respeito pela SATA e seus trabalhadores

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC) manifestou, esta quinta-feira, a sua preocupação face ao futuro da SATA e dos seus trabalhadores, solicitando aos políticos açorianos que os tratem com o "respeito que merecem". Esta declaração surge após a crescente discussão em torno da possibilidade de encerramento da companhia aérea.

O SINTAC destacou o paradoxo que a sociedade e a política açoriana enfrentam em relação à SATA; por um lado, é vista como uma entidade essencial e por outro, surgem vozes que questionam a sua continuidade. "É inaceitável que haja quem defenda o fecho da SATA. A sua importância é inegável: um cancelamento de voo é um grande problema, mas a sua possível extinção é frequentemente abordada como uma opção viável", afirmaram em comunicado.

O sindicato lembra que, enquanto os trabalhadores lutam por melhores salários e condições de trabalho, a retenção de serviços mínimos é frequentemente justificada pela necessidade de manter a SATA em operação. No entanto, muitos políticos, paradoxalmente, continuam a considerar a possibilidade do seu encerramento.

A direcção do SINTAC faz ainda uma reflexão sobre o futuro dos Açores sem a SATA, enfatizando que o seu possível fecho poderia impactar não apenas o transporte aéreo, mas também a saúde, educação e economia local. "A falta de transporte significaria que os doentes não teriam acesso a cuidados médicos, os estudantes ficariam impedidos de estudar fora das suas ilhas e a economia regional sofreria um impacto devastador," alertam.

O sindicato pede, assim, que os políticos reconheçam a SATA como um órgão vital para a coesão entre as ilhas e que promovam uma gestão competente da companhia, em vez de a usarem para fins políticos pessoais. "A SATA é um pilar para o desenvolvimento harmonioso dos Açores e o seu encerramento terá repercussões profundas em vários sectores," conclui o SINTAC.

O grupo SATA, actualmente liderado por Rui Coutinho, opera duas companhias: a SATA Air Açores, que liga as ilhas, e a Azores Airlines, que realiza voos internacionais. O futuro da Azores Airlines é incerto, com o secretário das Finanças a admitir que se a privatização não tiver sucesso, a insolvência poderá ser uma realidade, trazendo consigo custos elevados.

Além disso, a SATA Air Açores enfrenta uma greve de tripulantes de cabine, marcada entre 18 e 24 de Julho, em busca de melhores condições laborais e valorizações salariais.