Economia

"Portugal e Angola: Parceria Estratégica em Foco"

O embaixador português em Luanda reafirma a importância de Portugal na diversificação económica de Angola, assinalando a presença significativa de empresas portuguesas.

15/07/2025 21:55
"Portugal e Angola: Parceria Estratégica em Foco"

Durante uma conferência de imprensa no Namibe, em Angola, Francisco Alegre Duarte, embaixador de Portugal, enfatizou que o país desempenha um papel vital na diversificação económica angolana. "Portugal pode e deve contribuir de forma decisiva para este objetivo", disse, ao referir-se à crescente influência das empresas portuguesas e ao envolvimento institucional, especialmente dentro da União Europeia.

Na cerimónia que marcou o encerramento do FRESAN, o maior programa da União Europeia em Angola, o embaixador destacou que este programa é co-gerido em parte significativa pelo Instituto Camões. "Estamos a falar de centenas de milhões de euros, o mais substancial investimento da União Europeia em Angola", sublinhou.

Ao longo dos últimos três anos e meio, Duarte acompanhou os impactos positivos do FRESAN nas regiões do sul, ressaltando o apoio à agricultura e a melhoria das condições de vida das famílias dependentes da actividade agrícola.

O embaixador também revelou que Portugal se posiciona como o segundo maior parceiro comercial de Angola, apenas atrás da China, com mais de 1.250 empresas de capital português ou misto a operar no país. "Estas empresas geram milhares de postos de trabalho e contribuem para a formação de técnicos angolanos", afirmou, sublinhando a capacidade do país de ajudar na diversificação económica através do desenvolvimento do capital humano.

Além disso, mencionou um fundo de 2,5 mil milhões de euros disponível para investimentos em infraestruturas públicas, sugerindo que este deve ser estendido a sectores como agricultura, turismo e saúde.

Sobre o Corredor do Lobito, observou que o investimento visível actualmente é maioritariamente privado e europeu, destacando a participação da Mota-Engil, que faz parte do consórcio Lobito Atlantic Railway, criando mais de mil postos de trabalho em Angola. "É essencial que este projeto seja bem-sucedido, pois poderá atrair mais investidores", destacou.

Apesar de reconhecer alguns atrasos nos pagamentos por parte do Estado angolano que têm gerado queixas junto de empresas portuguesas, garantiu que existe uma "excelente comunicação" com o Governo, especialmente com o Ministério das Finanças, para resolver estas questões.

Quanto ao futuro concurso para o Corredor do Moçâmedes, o embaixador considerou prematuro comentar sobre a participação portuguesa, afirmando que o foco deve ser no sucesso do Corredor do Lobito. "Vamos fazer do Corredor do Lobito um grande sucesso. Quando tivermos uma proposta concreta para o Moçâmedes, abordaremos isso", concluiu.

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