Sindicato apela à expansão da proibição de telemóveis até ao final do secundário

O Sindicato Nacional dos Professores Licenciados pelos Politécnicos e Universidades (Spliu) manifestou, esta quinta-feira, a sua intenção de que a proibição do uso de telemóveis nas aulas se estenda a todo o 3.º ciclo do ensino básico e ao ensino secundário.

No seu comunicado, o sindicato justifica esta posição com o medo de "utilizações abusivas ou subversivas" dos dispositivos eletrónicos em contextos pedagógicos, que podem afetar negativamente as aprendizagens e as avaliações dos alunos.

A declaração surge numa altura em que o Governo já confirmou a interdição do uso de telemóveis para os alunos até ao 6.º ano, com efeito a partir do próximo ano letivo, a iniciar em setembro.

O Spliu propõe que a restrição se aplique do 7.º ao 12.º ano, embora reconhecendo que os professores podem autorizar o uso dos telemóveis em situações que beneficiem o processo de aprendizagem, como pesquisas, excluindo no entanto essa possibilidade durante avaliações diagnósticas, formativas e sumativas.

O sindicato também sugere a implementação de cacifos nas salas de aula para que os alunos possam guardar os seus smartphones, desligados ou em modo silencioso, ao entrarem na sala e a recuperá-los apenas após a atividade letiva.

Na mesma semana, o Governo emitiu um decreto-lei que regula a utilização de dispositivos eletrónicos nas escolas, proibindo o uso por alunos do 1.º e 2.º ciclos do ensino básico, uma medida que visa responder a um estudo recente que apontou uma diminuição dos casos de 'bullying' e indisciplina nas escolas que aplicaram essas restrições.

Segundo o estudo do Centro de Planeamento e Avaliação de Políticas Públicas, divulgado recentemente, mais de 50% das escolas que impediram o uso de telemóveis relataram resultados positivos nas relações sociais entre os alunos durante os intervalos.

Finalmente, enquanto em 2022 o Ministério da Educação recomendou a proibição de smartphones para os alunos do 1.º ao 6.º ano, com uso limitado no 3.º ciclo, a adesão à recomendação foi desigual entre as várias escolas, destacando-se um aparente sucesso nas que implementaram a proibição.