Com o parlamento dissolvido e três dias de luto nacional pelo Papa Francisco, a Assembleia da República celebra o 51.º aniversário do 25 de Abril com homenagens e tradição democrática.
Nesta sexta-feira, apesar do parlamento estar dissolvido e do luto nacional decretado pelo Governo em homenagem ao Papa Francisco, a Assembleia da República vai acolher a sessão solene que marca o 51.º aniversário do 25 de Abril. Tanto o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, como o presidente da Assembleia, José Pedro Aguiar-Branco, reafirmaram a realização do evento, destacando que o debate plural e a memória democrática não se anulam em momentos de luto.
Aguiar-Branco defendeu que a realização da sessão não vulnera o recato exigido pelo momento, sublinhando que o diálogo e os valores de paz, humanismo e convivência, legados pelo pontificado do Papa Francisco, são fundamentais para a democracia portuguesa. Assim, a sessão incluirá a leitura de um voto de pesar e um minuto de silêncio em memória do pontífice.
Decisão essa que contou com o apoio unânime na Comissão Permanente da Assembleia, tendo sido referenciadas três razões principais: a solenidade da data, a celebração dos 50 anos das primeiras eleições para a Assembleia Constituinte pós-25 de Abril, e a maturidade que o regime democrático alcançou ao longo de meio século. Convém recordar que o parlamento foi dissolvido pelo Presidente da República em 20 de março, após a rejeição de uma moção de confiança ao Governo PSD/CDS.
Entre os discursos previstos, vão intervir líderes como Pedro Nuno Santos (PS), André Ventura (Chega), Rui Rocha (Iniciativa Liberal), Mariana Mortágua (Bloco de Esquerda) e Isabel Mendes Lopes (Livre), bem como representantes do PSD, PAN, CDS e PCP. O encerramento da sessão terá também momentos solenes: o grupo coral juvenil do Instituto Gregoriano de Lisboa entoará o hino nacional antes do início, e, após o discurso final do Presidente da República, a banda da Guarda Nacional Republicana nos Passos Perdidos fará a última homenagem musical.
No âmbito do cerimonial, assinala-se que o Presidente da República não procederá à tradicional revista das forças nem à exibição do pavilhão presidencial, que será içado a meia haste, em sinal da sensibilidade do momento de luto nacional.