Sánchez enfrenta desafios sem precedentes e decide permanecer como primeiro-ministro
O líder espanhol Pedro Sánchez reconheceu a turbulência atual do seu governo devido a escândalos de corrupção, mas reafirma a sua intenção de continuar no poder.

Hoje, Pedro Sánchez, o primeiro-ministro de Espanha, admitiu que o Governo e o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) atravessam "dias difíceis" devido a alegações de corrupção. Contudo, decidiu não se demitir e afirmou estar pronto para enfrentar os desafios que se avizinham.
"Estou plenamente consciente das dificuldades que todos estamos a viver", declarou Sánchez no início de uma reunião da comissão federal do PSOE em Madrid. Esta reunião tem como objetivo realizar mudanças na liderança do partido e implementar medidas que visam aumentar a transparência, além de combater a corrupção e comportamentos machistas.
Nas últimas semanas, o governo de Sánchez foi abalado por várias polémicas, culminando com a detenção de Santos Cerdán, ex-número três do PSOE e aliado próximo de Sánchez. A situação tornou-se alarmante para a continuidade do primeiro-ministro, com analistas a apontarem um risco real à sua sobrevivência política.
Santos Cerdán, que desempenhou um papel crucial na negociação da lei de amnistia com os independentistas catalães, está agora sob investigação juntamente com o ex-ministro José Luis Ábalos. As escuta telefónicas, que revelaram conversas consideradas repugnantes, foram igualmente um ponto de destaque na investigação.
Sánchez expressou estar "com o coração tocado", mas reafirmou a sua vontade de continuar a lutar contra estes obstáculos. O primeiro-ministro considera vital que o PSOE continue a liderar na política espanhola, uma vez que a alternativa seria a ascensão de uma coligação de extrema-direita, que poderia comprometer conquistas sociais e direitos fundamentais.
Segundo o líder do PSOE, apesar das decepções, a responsabilidade de avançar é ainda maior. Ele pediu desculpas à nação e aos militantes socialistas pela confiança depositada em indivíduos "que não a mereciam", destacando que o partido como um todo não é corrupto e que colaborará plenamente com a justiça para esclarecer as suspeitas.
Dentro do próprio partido, a pressão sobre Sánchez aumenta, com líderes regionais como Emiliano García Page a exigirem uma moção de confiança para garantir a continuidade do governo, considerando que a atual crise de corrupção é a mais grave na história do PSOE.