Economia

Salário mínimo europeu insuficiente para cobrir vida digna, com Portugal entre os países mais afetados

Um estudo da Gisma University revela que o salário mínimo não sustenta as despesas básicas em grande parte da UE, deixando Portugal em maus lençóis.

08/07/2025 20:20
Salário mínimo europeu insuficiente para cobrir vida digna, com Portugal entre os países mais afetados

Em uma análise recente conduzida pela Gisma University of Applied Sciences, foi concluído que o salário mínimo legal não é suficiente para cobrir as despesas básicas de vida em quase todos os países da União Europeia, com a notável exceção da Bélgica. Portugal, por sua vez, figura entre os países mais desfavorecidos nesta questão.

A pesquisa destaca a alarmante realidade do Chipre, onde o salário mínimo líquido é de apenas 886 euros, enquanto o custo médio mensal de vida ronda os 1.801,90 euros. Os dados são igualmente deprimentes para a Chéquia e Malta, que enfrentam défices de 803,19 euros e 796,59 euros, respetivamente.

Portugal encontra-se na lista dos países mais afetados, com um défice de 717,22 euros. O custo de vida para uma pessoa solteira é elevado, com o aluguer de um apartamento T1 a rondar os 934,92 euros. Quando se somam outras despesas básicas, o total ascende a 1.620,22 euros.

No que toca a famílias com quatro indivíduos, a situação não é melhor. Em 16 países da UE, incluindo Portugal, os rendimentos médios continuam a ser insuficientes. Neste caso, os maiores défices são encontrados em Malta (1.468,62 euros), Grécia (1.368,69 euros) e novamente em Portugal, com 1.339,07 euros.

Por outro lado, países como a Dinamarca, Suécia e Países Baixos apresentam excedentes significativos, com valores que variam entre 1.735,76 e 2.200,63 euros.

Ramon O'Challaghan, presidente da universidade responsável pelo estudo, salientou que essa realidade não deve ser ignorada, sublinhando que, em muitas partes da Europa, o salário mínimo não garante uma vida digna. Esta situação é particularmente preocupante para os jovens que estão a iniciar a sua carreira profissional.

A análise teve por base os rendimentos mínimos e médios nos Estados-membros da UE, correlacionando-os com o custo de vida e as rendas médias. Considerou-se, ainda, o rendimento líquido resultante de um emprego a tempo inteiro, com uma carga horária de 40 horas semanais.

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