Rússia exige reconhecimento das suas "novas fronteiras" para negociar com Kyiv

Em declarações recentes, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou que o reconhecimento global da anexação pela Rússia de territórios ucranianos – nomeadamente, a Crimeia, Sebastopol, as autoproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, bem como as regiões de Kherson e Zaporijia – é uma pré-condição para qualquer diálogo com Kyiv.

A declaração, feita a um conhecido jornal brasileiro, vem num contexto de elevada tensão, uma vez que a Rússia iniciou uma ofensiva em grande escala contra a Ucrânia há três anos, tendo anexado a península da Crimeia em 2014.

Durante a cimeira do BRICS, realizada no Rio de Janeiro, onde se encontra o chefe da diplomacia russa, constatou-se a relevância da organização internacional, que conta com a participação original de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e que se alargou para incluir Egito, Emirados Árabes Unidos, Irão, Etiópia e Indonésia.

Em paralelo, o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, reiterou, segundo a agência estatal TASS, a disponibilidade de Moscovo para dar início a um processo de negociações com a Ucrânia, sem impor condições prévias, numa tentativa de se alcançar uma solução pacífica.