Durante uma conversa telefónica, Sergei Lavrov e Marco Rubio manifestaram a intenção de prosseguir com esforços conjuntos para alcançar uma trégua na Ucrânia.
Hoje, numa conversa telefónica, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, expressaram a sua determinação em continuar a colaborar na procura de uma solução pacífica para a situação na Ucrânia.
De acordo com informações divulgadas pelo Ministério russo das Relações Exteriores na rede social Telegram, Rubio elogiou os acordos referentes à troca de prisioneiros de guerra, destacando que tanto a Ucrânia como a Rússia apresentaram as suas condições para uma possível trégua. O governo norte-americano reiterou a sua disposição em facilitar as negociações para um entendimento.
Moscovo também confirmou ter enviado uma lista de exigências às autoridades ucranianas visando a implementação de um cessar-fogo e ficou disponível para cooperar com os Estados Unidos nesse processo.
Lavrov sublinhou a importância do papel dos EUA para persuadir Kiev a considerar a proposta do presidente russo, Vladimir Putin, para retomar as negociações em Istambul. Este encontro, realizado esta sexta-feira, marcou a primeira oportunidade de diálogo entre representantes russos e ucranianos desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022. Contudo, as conversas foram inconclusivas, encerrando-se em menos de duas horas.
O Kremlin indicou que as discussões diretas entre Putin e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky só poderão ocorrer após a formalização de certos acordos, sendo uma das principais exigências a retirada das tropas ucranianas das regiões de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhia, anexadas pela Rússia.
Além disso, a Rússia já havia solicitado o reconhecimento da soberania sobre essas áreas, incluindo a península da Crimeia, anexada em 2014. Por outro lado, a Ucrânia reafirmou a sua posição de não reconhecer a Crimeia ou qualquer outro território ocupado como sendo parte da Rússia.
Enquanto isso, os conflitos na Ucrânia continuam. Hoje, um ataque com drone na região nordeste do país resultou na morte de nove civis, conforme confirmaram as autoridades ucranianas. O ataque ocorreu em BIlopillia, durante o transporte de civis de uma zona de combate, deixando ainda sete feridos, três dos quais em estado grave.
O governador local, Oleh Hryhorov, bem como a polícia nacional, relataram que a informação sobre o incidente não pôde ser verificada por agências internacionais, e até agora não houve uma resposta oficial de Moscovo. Em resposta ao ataque, foi declarado luto em Bilopillia, com o líder comunitário a classificar o dia de hoje como um “sábado negro”.
O presidente Zelensky descreveu o ataque como um "assassinato intencional de civis", enfatizando que os responsáveis certamente sabiam que estavam a atacar um veículo civil. “A Rússia apenas prossegue com a sua capacidade de matar”, lamentou Zelensky, recordando as oportunidades perdidas nas recentes negociações de paz e reiterando a proposta da Ucrânia de um cessar-fogo total e incondicional.
Por fim, o chefe da diplomacia britânica, David Lammy, manifestou a sua preocupação com os recentes ataques, sublinhando que se Putin realmente deseja a paz, deve apoiar um cessar-fogo imediato, tal como a Ucrânia já fez.
A guerra na Ucrânia, iniciada a 24 de fevereiro de 2022, originou a mais grave crise de segurança na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.