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Rui Moreira desiste de continuar a discussão sobre o metrobus do Porto

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, declarou que não tem a intenção de avançar com o tema do metrobus, deixando essa responsabilidade ao próximo governo.

há 6 horas
Rui Moreira desiste de continuar a discussão sobre o metrobus do Porto

O presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, anunciou hoje que não vai investir mais tempo nas questões relacionadas com o metrobus, reiterando que esse assunto será deixado para ser tratado pela próxima administração. “Não vou perder mais tempo com isto... e deixo um aviso: o novo executivo precisa de estar atento à transferência de responsabilidades da Metro do Porto para a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP), para garantir os interesses desta última”, referiu Moreira durante a reunião de câmara.

O autarca destacou ainda a ausência de salvaguardas técnicas que assegurem a viabilidade do projeto, afirmando: “Neste momento, não temos garantias que sustentem o sucesso desta operação.” Recentemente, a autarquia recebeu uma carta do Ministério das Infraestruturas e Habitação, presidido por Miguel Pinto Luz, acerca do memorando de entendimento envolvendo o Estado, a Câmara do Porto, a Metro do Porto e a STCP. Moreira distribuiu a resposta aos vereadores de vários partidos, documento que a Lusa obteve. O autarca alertou que o tal memorando deveria aclarar as responsabilidades em relação à futura operação do metrobus, um processo pendente desde maio de 2023, e que as inquietações da autarquia foram ignoradas, especialmente em relação às consequências de um eventual insucesso do projeto.

Na sua resposta, Moreira criticou a gestão que permitiu à Metro do Porto "desinformar a população", sustentando que a empresa anunciou em julho a operação do serviço para coincidir com o arranque do ano letivo, em setembro de 2024, quando isso ainda não era garantido. "Atualmente, não há condições objetivas para continuar a enfrentar um problema complexo, que não é urgente apenas porque se trata de um projeto estatal iniciado, mas sem um desfecho à vista. Deverá ser o novo executivo a lidar com esta questão", enfatizou.

No que αφορά à STCP, esta já considerou “inviável” a manobra em contramão no topo da Avenida da Boavista, propondo que o veículo contorne a rotunda para evitar complicações no trânsito. Durante os testes, a STCP observou que o veículo necessitava invadir outras faixas, causando interrupções no fluxo de tráfego, e não havia garantias de que a manobra poderia ser realizada de forma segura sem apoio policial.

Por sua vez, a Metro do Porto assegurou que "todo o projeto do metrobus" foi desenvolvido em cooperação com a Câmara Municipal e que a inversão de marcha na rotunda foi previamente testada. O serviço de metrobus irá ligar a Casa da Música à Praça do Império em apenas 12 minutos e à Anémona em 17 minutos, com diversas estações ao longo do percurso. Os veículos, movidos a hidrogénio, irão custar cerca de 76 milhões de euros e foram projetados por um consórcio que inclui a CaetanoBus e a DST Solar.

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