Portugal Aumenta Investimentos em Defesa com Apoio Político
O primeiro-ministro Luís Montenegro anunciou um investimento de 1.300 milhões de euros na Defesa até ao final do ano, sublinhando a importância do apoio político para a credibilidade da estratégia.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, revelou hoje que Portugal planeia investir mais 1.300 milhões de euros na área da Defesa até ao final do ano. Este investimento faz parte de uma estratégia que, conforme Montenegro, "ganhará credibilidade, tanto a nível interno como externo, quanto maior for o apoio político."
Luís Montenegro fez estas declarações durante uma conferência organizada pela SIC Notícias, intitulada 'A nova Defesa', que decorreu em Oeiras, Lisboa. O Primeiro-ministro enfatizou que o sucesso dos investimentos em Defesa requer um consenso com as forças políticas da oposição.
O líder do executivo respondeu a um desafio do secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, sobre a necessidade de um 'Acordo Estratégico para um Plano de Desenvolvimento Nacional e de Capacitação da Defesa' num prazo definido de três meses. Para Montenegro, a colaboração com o PS é "essencial" para estabelecer metas de longo prazo. Ele reconheceu que a meta de atingir 5% do PIB em investimentos de Defesa, anunciada na cimeira da NATO no mês passado, é "ambiciosa".
"Antecipámos o objetivo de alcançar 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em Defesa até 2025, o que implica um aumento de despesa de cerca de 1.300 milhões de euros," afirmou. Montenegro até agora tinha mencionado um aumento de cerca de mil milhões de euros em investimento até ao final do ano.
O primeiro-ministro detalhou que essa meta será alcançada por três vias distintas, começando pela "manutenção e reforço do apoio à Ucrânia".
"Um segundo eixo é o fortalecimento das nossas capacidades, antecipando alguns objetivos que já tínhamos definido para os próximos anos, acelerando assim a aquisição de equipamentos e investimentos em infraestruturas," acrescentou, mencionando a intenção do governo de antecipar verbas da Lei de Programação Militar (LPM).
Por fim, o governo está empenhado numa "reclassificação e reavaliação de diversos investimentos que estão em curso e outros a realizar", especialmente aqueles de "natureza dual", que têm aplicações tanto militares como civis.