Rui Jorge sai da seleção sub-21 após 14 anos, mas deixa legado de 65 internacionais 'AA'
Após 14 anos à frente da seleção sub-21, Rui Jorge encerra ciclo com 65 jogadores formados para a seleção principal, mas sem títulos conquistados.

Rui Jorge anunciou a sua saída do comando da seleção de sub-21 de Portugal, pondo fim a um período de 14 anos e meio à frente da equipa. Durante o seu mandato, o treinador de 52 anos impulsionou a carreira de 65 jogadores, que acabaram por se tornar internacionais 'AA', apesar de ter enfrentado duas derrotas em finais nos torneios europeus.
A sua saída acontece quase um mês após a derrota contra os Países Baixos, em Zilina, na Eslováquia, que resultou na eliminação da seleção nas quartas de final, num campeonato que nunca foi conquistado por Portugal. Com um contrato a terminar, Rui Jorge, que assumiu a função em novembro de 2010, deverá ser sucedido por Luís Freire, ex-treinador do Rio Ave e do Vitória de Guimarães.
O legado de Rui Jorge é notável, com 127 jogos à frente da seleção sub-21, onde obteve 90 vitórias, 19 empates e 18 derrotas, além de ter marcado 325 golos contra 105 sofridos. Ele trouxe um estilo de jogo ofensivo, alternando entre táticas como o '4-3-3' e o '4-4-2' losango. Antes da sua era, as 'esperanças' falharam em várias tentativas de qualificação para a fase final dos Europeus, mas Rui Jorge alterou esse cenário ao levar a equipa a fases finais em 2015 e 2021.
Apesar de não ter conquistado títulos, Rui Jorge conseguiu estabilizar a seleção sub-21 e fomentar o desenvolvimento de talentos, num contexto em que os clubes têm investido na formação de jovens jogadores. No planeta do desporto, o ex-treinador também orientou a seleção olímpica nos Jogos de 2016, alcançando os quartos de final.
Rui Jorge encerra a sua passagem com uma impressionante taxa de 71% de vitórias e 86% de jogos sem derrota, tendo iniciado a sua carreira como treinador no Belenenses, antes de se projetar como um dos melhores laterais esquerdos da sua geração, com 45 jogos e um golo pela seleção principal.
Vinte e um anos depois de uma memorável campanha como vice-campeão europeu, o técnico deixa um legado sólido na formação de jogadores que poderão brilhar no futebol nacional. Agora, o desafio será para Luís Freire, que assume uma equipe recheada de talento e potencial.