Política

Reunião de Antigos Líderes Social-Democratas Agita Campanha em Lisboa

há 21 horas

O terceiro dia da campanha para as legislativas de 18 de maio teve como destaque um almoço com ex-líderes do PSD que provocou reações críticas de membros da esquerda.

Reunião de Antigos Líderes Social-Democratas Agita Campanha em Lisboa

No terceiro dia da campanha eleitoral, que se aproxima das legislativas de 18 de maio, um evento simbólico marcou a jornada. No 51.º aniversário do PSD, Luís Montenegro organizou um almoço em Lisboa com ex-líderes do partido, como Aníbal Cavaco Silva e Pedro Passos Coelho.

Embora não fosse um ato de campanha formal, a presença destes veteranos do social-democratismo trouxe à tona o que a esquerda considera "fantasmas do passado". O secretário-geral do PS comentou logo pela manhã: "Agradeço aos antigos líderes por se juntarem à campanha, pois fica mais claro qual a verdadeira identidade do PSD neste cenário".

Durante uma visita ao mercado de Leiria, Pedro Nuno Santos reforçou o contraste, afirmando que o PS "produz grandes líderes", lembrando António Guterres e António Costa, que, segundo ele, entendem que não devem participar em campanhas partidárias.

A líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, classificou de "caricato" a defesa da ética do primeiro-ministro por parte de Cavaco Silva e questionou a motivação de Passos Coelho ao aparecer para falar de "reconciliação com os pensionistas".

Entre comentários jocosos, o líder do PCP, Paulo Raimundo, aludiu ao almoço como uma oportunidade com uma "ementa que cheira à 'troika'". Dedicando-se a causas ambientalistas ao lado de Heloísa Apolónia dos "Verdes", Raimundo lembrou que, como no passado, são sempre os mesmos a pagarem a fatura.

Rui Tavares, do Livre, criticou o evento por mostrar a verdadeira face da direita, refletindo sobre austeridade e arrogância, e advertiu que uma maioria entre a "AD montenegrista" e o "motosserrismo" da IL poderia levar a uma situação ainda mais crítica que a intervenção da 'troika'.

A porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, teve uma abordagem crítica, considerando o cenário como um "regresso ao passado", a um momento em que o país, na sua opinião, deveria concentrar-se no futuro.

Enquanto a campanha se intensifica, Luís Montenegro saiu do almoço com o respaldo de figuras como Durão Barroso, que, embora ausente, enviou uma mensagem a sublinhar a necessidade de um líder com "integridade" e "experiência". Manuela Ferreira Leite e Marques Mendes também expressaram que o país precisa de estabilidade política.

Passos Coelho reafirmou o apelo pela tradição reformista do PSD, mas não comentou diretamente sobre as qualidades de Montenegro. Este, confiando no legado do partido, expressou otimismo em relação à vitória nas eleições de 2024.

No entanto, André Ventura, líder do Chega, aproveitou a oportunidade para afirmar que, no dia da votação, os eleitores irão preferir "o original à cópia", referindo-se à escolha entre as suas ideias e as de Passos Coelho.

Por sua vez, Rui Rocha, da IL, garantiu que o seu partido irá incorporar o "ímpeto reformista" desejado por Passos, criticando ainda Montenegro por estar desconectado da realidade do país.

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#CampanhaEletoral #DireitaVsEsquerda #PassosCoelho