António Costa opta por neutralidade e não se envolve na campanha do PS

António Costa, na qualidade de presidente do Conselho Europeu, decidiu não se envolver na campanha eleitoral do Partido Socialista (PS) para as próximas legislativas. Há cerca de cinco meses, ao assumir o seu novo cargo, Costa estabeleceu um dever de neutralidade, que o impede de participar em eventos políticos nacionais.

Uma fonte oficial do seu gabinete comunicou à agência Lusa que esta decisão visa respeitar a sua posição enquanto líder da União Europeia, onde não deve tomar partido nas questões políticas dos Estados-membros. Assim, António Costa não assistirá a nenhum dos eventos da campanha eleitoral portuguesa.

No dia das eleições, marcado para 18 de maio, o ex-primeiro-ministro português exercerá o seu direito de voto em Lisboa. Além disso, também recusou convites para eventos políticos em vários países europeus, incluindo Alemanha, Itália e Espanha, reafirmando a sua postura de neutralidade.

António Costa iniciou o seu mandato à frente do Conselho Europeu a 1 de dezembro, tornando-se o primeiro português e socialista a ocupar este cargo. Este novo papel implica a presidência das reuniões do Conselho Europeu e a representação da União Europeia, funções que não são compatíveis com a participação em atividades políticas nacionais, apesar de não o impedir de expressar a sua opinião.

Vale destacar que, com a entrada em vigor do Tratado de Lisboa em 2009, o cargo de presidente do Conselho Europeu tornou-se permanente e a tempo inteiro, alterando a natureza da função que antes era informal.