Fernando Rosas defende "voto consciente" no BE e critica a alternância de poder entre PS e PSD

Durante um comício no Instituto Português da Juventude em Leiria, Fernando Rosas, figura emblemática do Bloco de Esquerda e cabeça de lista pelo distrito, fez um apelo ao "voto consciente", frisando que este não deve perpetuar a alternância de poder entre o PS e o PSD.

"A prática de votar na mesma lógica só serve para manter a ineficácia estes partidos, que não têm conseguido solucionar questões cruciais como a habitação, a desigualdade, a saúde e os baixos salários", defendeu Rosas, criticando a gestão destes partidos ao longo dos anos.

O histórico bloquista, que regressa às listas do BE após mais de dez anos, questionou: "A maioria absoluta do PS resolveu alguma vez a grave crise habitacional ou a falta de profissionais de saúde? Não, esse é um erro que não pode ser ignorado." Para ele, a incapacidade de resolver estas problemáticas não se deve apenas à falta de ações, mas sim a falhanços graves na sua abordagem política.

Rosas também dirigiu críticas ao Governo do PSD, acusando-o de piorar as condições de vida dos cidadãos e de ter tentado encobrir os problemas através da privatização de serviços essenciais, permitindo, assim, a especulação desenfreada nos sectores da saúde e da habitação.

"É inegável que a falta de alternância real no sistema político contribuiu para a crise da democracia em Portugal. Esse ciclo vicioso alimenta o medo e a insatisfação, que por sua vez, proporcionam espaço à extrema-direita", acrescentou.

Para Rosas, o verdadeiro caminho é "romper com este ciclo pela esquerda, defendendo os direitos do povo e os valores de Abril". Apela ainda ao eleitorado para que escolha o Bloco de Esquerda como opção para mudança.

Salientou que os atuais deputados do PSD, PS e Chega não representam verdadeiramente os interesses dos trabalhadores e dos cidadãos do distrito de Leiria, mas sim as agendas dos mais abastados e dos especuladores.

Rosas, que deseja voltar ao Parlamento, reafirmou que o BE é uma esquerda que resiste e que não teme as adversidades. "Uma esquerda que já provou a sua capacidade de luta e que, por isso, está pronta para vencer", concluiu.