António Estêvão Fernandes manifesta que a escolha de um Papa português seria motivo de orgulho, afirmando que todos os cardeais estão prontos para a sucessão de Francisco.
António Estêvão Fernandes, reitor do Colégio Pontifício Português, revelou o seu desejo de ver um dos cardeais portugueses a ser escolhido como novo Papa após o Conclave. "Naturalmente, somos um pouco bairristas," disse à agência Lusa, acrescentando que espera que "todos regressem do conclave, ainda que alguém passe pela varanda da Basílica de São Pedro".
É a primeira vez na história que Portugal conta com quatro cardeais eleitores: Manuel Clemente, António Marto, Tolentino de Mendonça e Américo Aguiar, dos quais três pernoitam no Colégio Pontifício Português, uma instituição da Igreja Católica que serve de apoio à hierarquia religiosa portuguesa junto do Vaticano.
O reitor, de 42 anos e natural da Madeira, destacou que "acolher três cardeais não foi difícil" tendo em conta a singularidade da situação. "Preparámo-nos tranquilamente para a sua chegada, até porque já são visitas habituais". O único cardeal residente em Roma é Tolentino de Mendonça, que desempenha funções como prefeito do Dicastério para a Educação e Cultura, posição para a qual foi convidado por Francisco.
Após o conclave, os cardeais portugueses deverão regressar ao colégio, onde esperarão pela missa de início do novo pontificado. Durante a sua estadia, os cardeais mantêm uma vida quotidiana normal, que é ocasionalmente interrompida por reuniões gerais e outros eventos preparatórios do conclave que se inicia na próxima quarta-feira.
O reitor explicou que os cardeais têm um "contato próximo, normal e afável" com os 32 estudantes do colégio, provenientes de diversas nacionalidades, como Portugal, Brasil, Coreia do Sul, Angola, e Índia. Com esta diversidade, existe um "natural entusiasmo" entre os alunos ao saber que têm três cardeais responsáveis pela escolha do sucessor de Pedro.
Fernandes enfatizou que a escolha do candidato deve ser deixada à inspiração do Espírito Santo e elogiou as capacidades dos cardeais portugueses, afirmando que "qualquer um daqueles que lá está pode servir bem a Igreja e contribuir para o futuro do seu caminho".
O Conclave começará na quarta-feira, dia 7 de maio, e será responsabilidade dos 133 cardeais eleitores com menos de 80 anos escolher o sucessor de Francisco, através de quatro votações diárias, onde é necessário obter pelo menos dois terços dos votos.