Os Huthis reafirmaram que vão manter os ataques a navios israelitas ao largo do Iémen, mesmo após o recente cessar-fogo mediado pelos EUA, sublinhando a vulnerabilidade das embarcações israelitas na região.
Os rebeldes Huthis do Iémen declararam, em comunicado, que os seus ataques a navios israelitas ao largo da costa do Iémen vão continuar, desconsiderando o recente cessar-fogo estabelecido em parceria com os Estados Unidos. Abdoulmalik Alejri, porta-voz do grupo, afirmou à agência France-Presse que “as rotas marítimas são seguras para todos os navios internacionais, exceto para os navios israelitas”, sublinhando que estas embarcações não têm feito trânsito pelo Mar Vermelho.
Alejri deixou claro que o acordo de cessar-fogo não inclui Israel, referindo que se aplica apenas a navios norte-americanos e outros. O ministro dos Negócios Estrangeiros de Omã, Badr al-Boussaïdi, confirmou que os Estados Unidos e os Huthis tinham chegado a um acordo que proíbe qualquer um dos lados de atacar o outro no Mar Vermelho e no Estreito de Bab al-Mandeb.
O mediador omani mencionou que o cessar-fogo garantiria a liberdade de navegação e a continuidade do comércio marítimo internacional. Este anúncio surgiu logo após os bombardeamentos aéreos israelitas, que resultaram na destruição do aeroporto internacional de Sanaa e na morte de três pessoas, segundo informações dos Huthis.
Entretanto, o Departamento de Estado dos EUA deixou claro que o cessar-fogo se limita ao Mar Vermelho, e os Huthis reiteraram a sua determinação em prosseguir com os ataques a Israel. A porta-voz da diplomacia norte-americana, Tammy Bruce, especificou que a iniciativa busca assegurar a liberdade de navegação perante as ameaças dos rebeldes, evitando discutir quaisquer acordos potenciais entre os Huthis e Israel.
Alegra-se de apoiar a causa palestiniana, os Huthis alegam responsabilidade por múltiplos ataques a Israel desde o início do conflito entre israelitas e Hamas em Gaza. Eles também têm atacado embarcações que acreditam estar associadas a Israel, reforçando a sua campanha com alvos ligados aos Estados Unidos e ao Reino Unido, na sequência dos ataques militares lançados por esses países.
Os Huthis, juntamente com o Hamas e o Hezbollah, são parte do denominado "Eixo de Resistência" do Irão, embora Teerão tenha negado a sua participação em fornecer suporte militar ao grupo rebelde.