Quatro detidos em Hong Kong, entre eles um menor, por subversão ligada a grupo em Taiwan
A polícia de Hong Kong anunciou a detenção de quatro indivíduos, incluindo um menor, por atividades subversivas ligadas à lei de segurança nacional, com vínculos a um grupo instalado em Taiwan.

A polícia de Hong Kong confirmou na quinta-feira a detenção de quatro indivíduos, um dos quais é um menor, por supostas atividades subversivas relacionadas com um grupo situado em Taiwan. Steve Li Kwai-wah, superintendente do Departamento de Segurança Nacional, indicou que as detenções ocorreram na quarta-feira e envolvem três homens com idades entre 15 e 47 anos. Se forem considerados culpados, poderão enfrentar penas de prisão perpétua.
A organização em questão é designada 'União Democrática pela Independência de Hong Kong', e foi estabelecida em 2024 em Taiwan. Nos últimos anos, mais de 37 mil residentes de Hong Kong emigraram para Taiwan, em grande parte motivados pelo receio das consequências da legislação de segurança nacional imposta em Hong Kong.
Conforme a agência de notícias Associated Press, a página do grupo na rede social Facebook conta apenas com algumas dezenas de seguidores. Li revelou que os detidos tinham responsabilidades que incluíam a confecção de bandeiras, investigar formas de solicitar auxílio de nações estrangeiras e elaborar planos de formação militar.
Durante buscas realizadas em Hong Kong, foram descobertas propostas destinadas a incitar os Estados Unidos a desenvolver estratégias de resgate para prisioneiros políticos em Hong Kong, além de bandeiras com designs que promovem a independência da cidade e do Tibete.
O superintendente também mencionou que os membros do grupo organizaram uma conferência de imprensa online em Taipé, onde alguns fizeram declarações sobre a intenção de "acabar com o Partido Comunista" da China e "libertar Hong Kong". Em 1 de julho, durante as comemorações do 28.º aniversário do regresso de Hong Kong à China, o grupo promoveu uma atividade no exterior onde participantes pisotearam as bandeiras chinesa e de Hong Kong.
Ainda, os membros do grupo tocaram a canção "Glory to Hong Kong", que se tornou um hino durante as manifestações contra o governo em 2019, e que foi posteriormente banida pelas autoridades.
Li salientou que as autoridades de Hong Kong têm jurisdição sobre cidadãos que cometam crimes contra a segurança nacional, mesmo fora do território. Em resposta, a 'União Democrática pela Independência de Hong Kong' repudiou as detenções, acusando o governo de usar a lei de segurança nacional para reprimir a liberdade e os direitos humanos, prometendo não permanecer em silêncio.
No mês passado, a polícia de Hong Kong acusou um jogo desenvolvido pela ESC Taiwan de incitar uma revolução armada e incentivar agendas separatistas.
De acordo com a Associated Press, críticos apontaram que a repressão na região, sob a lei de segurança nacional imposta por Pequim em 2020, tem restringido a liberdade de expressão e outras liberdades civis que foram prometidas quando Hong Kong retornou à China em 1997. Por outro lado, os governos de Pequim e de Hong Kong reiteraram que a lei é crucial para garantir a estabilidade da cidade após os tumultos de 2019.