Quase 2.500 corpos ainda por recuperar na Faixa de Gaza

As autoridades de saúde da Faixa de Gaza informaram que cerca de 2.500 corpos ainda estão por localizar e registar, uma vez que se encontram sob escombros ou em zonas de difícil acesso no território. Zaher al-Waheidi, diretor do Ministério da Saúde responsável pela contagem de vítimas, explainou que este número "é uma estimativa" e que a realidade pode ser ainda mais grave, pois muitos desaparecidos não foram reportados pelas suas famílias.

Desde o passado mês de maio, o número de corpos estimados tem vindo a aumentar, com as autoridades a apontarem inicialmente para cerca de 1.800 cadáveres. A intensificação dos ataques durante este período tem complicado ainda mais a recuperação, dado que uma vasta área da Faixa de Gaza se tornou numa zona militarizada ou está a ser evacuada por se tratar de uma área de conflito.

Com a situação atual, até ao início deste mês, Israel controlava mais de 85% do território, segundo informações do Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU. Al-Waheidi adiantou que a recuperação e registo dos corpos é uma tarefa muito difícil, especialmente na ausência de um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, que neste momento estão em negociações em Doha.

As suas declarações ocorreram após o boletim diário do Ministério da Saúde, que faz parte do movimento islamita Hamas, ter noticiado que "vários corpos" permanecem sob escombros ou nas ruas de Gaza. Além disso, o ministério comunicou que os ataques israelitas causaram a morte de pelo menos 105 pessoas no último dia, elevando o total de mortos para 57.680 desde o início da ofensiva israelita em outubro de 2023.

A guerra que assola a região foi desencadeada por uma série de ataques do Hamas em 7 de outubro, que provocaram cerca de 1.200 mortos em Israel e resultaram em mais de duzentos reféns.