Protesto Radical em Escritórios da Microsoft nos EUA Levanta Questões sobre Direitos Humanos
Um grupo de manifestantes desafiou a segurança da Microsoft em protesto contra as suas ligações com Israel. A empresa respondeu destacando o seu compromisso com os direitos humanos.

Na terça-feira, dia 26, sete manifestantes do grupo ‘No Azure for Apartheid’ invadiram os escritórios da Microsoft em Redmond, nos Estados Unidos, em claro protesto contra as colaborações da empresa com o governo israelita. Este incidente, que culminou na interrupção das atividades da empresa, levou a polícia a ser chamada para deter os participantes.
Segundo informações do site TechCrunch, os ativistas conseguiram chegar até ao escritório do presidente da Microsoft, Brad Smith. O grupo tinha já realizado uma ocupação numa das praças da sede da empresa, onde expressaram o seu descontentamento pelas alegações que surgiram numa investigação do jornal britânico The Guardian. Esta investigação revela que as Forças de Defesa de Israel (IDF) utilizaram o serviço de computação em nuvem Azure, da Microsoft, para armazenar dados resultantes da vigilância em massa de palestinianos em Gaza e na Cisjordânia.
O site The Verge noticiou que entre os demonstrantes estavam tanto atuais como ex-funcionários da Microsoft, incluindo pessoas que tinham sido despedidas por se envolverem em atividades de ativismo. Horas após a invasão, Brad Smith realizou uma conferência de imprensa a partir do seu escritório, tentando aclarir a situação. Ele revelou que dois dos manifestantes eram efetivos da empresa e um ex-colaborador da Google.
“Este foi, indubitavelmente, um dia fora do comum”, afirmou Smith. Ele reafirmou o compromisso da Microsoft em respeitar os direitos humanos no Médio Oriente e destacou que as alegações de uso indevido da sua tecnologia merecem “um exame urgente e completo”.
Brad Smith criticou a tática dos protestantes: “Invadir um edifício e bloquear a entrada de pessoas não se justifica. Isso distrai o foco do diálogo necessário sobre a questão”. Reforçou que a empresa está determinada em investigar a fundo as alegações e que ações como a deste grupo não são efetivas para chamar atenção.
Esta situação levanta questões críticas sobre a responsabilidade das grandes empresas tecnológicas em contextos de conflito, enquanto a Microsoft se encontra sob escrutínio.