Proposta de trégua na Faixa de Gaza prevê cessar-fogo e ajuda humanitária
Um acordo preliminar para a trégua na Faixa de Gaza inclui um cessar-fogo de 60 dias, libertação de reféns e a entrada de ajuda humanitária, com mediadores a coordenar as negociações.
Um novo documento, ao qual a agência espanhola Efe teve acesso, propõe um cessar-fogo temporário de 60 dias na Faixa de Gaza, marcando um passo significativo nas negociações entre Israel e o Hamas. As delegações destes dois lados estão a reunir-se em Doha, Qatar, para discutir os termos do acordo.
Segundo o texto, durante o período de trégua, os Estados Unidos assegurariam o compromisso de Israel em manter a paz, incluindo a suspensão de voos militares por um intervalo de 10 a 12 horas ao dia.
No que toca à libertação de reféns, a proposta menciona a entrega de 10 reféns vivos e 18 israelitas ao longo da trégua, estabelecendo um cronograma específico para a sua libertação. Israel comprometer-se-ia também a libertar um número indefinido de prisioneiros palestinianos em troca, mas demandará que o Hamas apresente provas de vida dos restantes reféns até ao décimo dia.
A ajuda humanitária, considerada "urgente", deverá entrar na Faixa de Gaza, com materiais para reparação de infraestruturas essenciais, como abastecimento de água e centros de saúde, sob a supervisão da ONU e do Crescente Vermelho da Palestina.
O acordo também contempla a retirada gradual das forças israelitas de determinadas áreas da Faixa de Gaza, com um plano em escala a ser definido em conjunto com a libertação dos prisioneiros. Além disso, quaisquer negociações subsequentes visam estabelecer uma trégua definitiva e acordos de segurança duradouros, com a mediação de Egito, Qatar e Estados Unidos.
O presidente norte-americano, Donald Trump, terá um papel ativo na supervisão deste acordo, enquanto o enviado dos EUA para o Médio Oriente, Steve Witkoff, liderará as discussões no local.
Caso as negociações não tenham sucesso dentro do período estipulado, há a possibilidade de prorrogação do cessar-fogo. Vale ressaltar que a proposta de uma trégua de 60 dias foi previamente rejeitada pelo Hamas, que não concordou com os termos relativos à retirada israelita.
A situação na Faixa de Gaza permanece crítica, com relatórios a indicar que mais de 57.300 palestinianos perderam a vida e mais de 132.000 ficaram feridos desde o início do conflito, de acordo com dados do Ministério da Saúde do Hamas.