Produção Petrolífera de Angola Ultrapassa Limite Histórico em Julho
Pela primeira vez desde 2023, Angola produz menos de um milhão de barris de petróleo diariamente, com consequências diretas nas finanças do país.
A produção de petróleo em Angola durante o mês de julho atingiu apenas 30.961.452 barris, resultando numa média diária de 998.757 barris. Este valor representa uma queda significativa face à previsão inicial de 1.073.542 barris diários, conforme indicado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis.
A produção de gás associado no mesmo período foi igualmente considerada, totalizando 82.307 milhões de pés cúbicos, ou seja, uma média diária de 2.655 milhões de pés cúbicos.
Este cenário de produção abaixo de um milhão de barris por dia é uma primeira desde que o país se desassociou da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) em 2023. Naquela altura, a saída foi justificada pela impossibilidade de cumprir a quota de 1,2 milhões de barris diários que consideravam insuficiente para as necessidades internas de Angola.
A diminuição na produção agrava ainda mais as finanças públicas angolanas, que já lidam com preços do petróleo abaixo dos 70 dólares, um valor que não alcança as previsões orçamentais. Como resultado, a receita pública gerada pela exportação de petróleo está a sofrer um impacto significativo.
Segundo o Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Angola exportou 83,6 milhões de barris de petróleo bruto no segundo trimestre de 2025, gerando aproximadamente 5,6 mil milhões de dólares, o que representa uma descida de 13,6% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Além disso, o volume de petróleo exportado foi 3,82% inferior ao trimestre anterior. Em termos de receitas, isso correspondia a cerca de 4,7 mil milhões de euros, e o total das exportações registou uma descida de 12,5% em relação ao trimestre anterior e uma redução de 29,81% em comparação ao ano passado.
Para os meses subsequentes, Angola tinha inicialmente previsto exportar 1,07 milhões de barris diários em julho, com uma previsão de queda nas exportações para 1,09 milhões em setembro e 994 mil em outubro, de acordo com dados preliminares das cargas citados pela Bloomberg.