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Preocupações sobre a posição dos EUA em acordo pandémico

há 3 horas

António Vitorino, presidente do CNMA, expressa apreensão em relação à posição dos EUA sobre o acordo global de preparação para pandemias, durante um congresso no Porto.

Preocupações sobre a posição dos EUA em acordo pandémico

O presidente do Conselho Nacional para as Migrações e Asilo (CNMA), António Vitorino, manifestou, esta sexta-feira no Porto, a sua preocupação pela indecisão dos Estados Unidos em relação ao acordo global destinado a reforçar a preparação e resposta a futuras pandemias. Este acordo, aprovado a 16 de abril pelos estados membros da Organização Mundial da Saúde (OMS), é visto como um passo histórico após longas negociações.

O pacto será discutido na 78.ª Assembleia Mundial da Saúde, que terá lugar em Genebra, Suíça, de 19 a 27 de maio, sob o lema "Um Mundo pela Saúde". Vitorino destacou que, desde que o Governo americano decidiu sair da OMS, não está claro qual será a posição dos EUA em relação a este importante acordo. "Faz sentido seguir em frente com o acordo, mesmo sem a participação dos Estados Unidos", defendeu.

O presidente do CNMA assinalou que a ausência dos EUA na OMS pode ter repercussões na maneira como a comunidade global se mobiliza para enfrentar futuras pandemias. Além disso, Vitorino apontou que os cortes de 83% nos programas da agência de desenvolvimento norte-americana (USAID), que anteriormente assegurava 42% da ajuda humanitária mundial, resultam num grave desafio humanitário que poderá influenciar os fluxos migratórios e as condições de vida de refugiados.

"Os movimentos migratórios afetam indiscutivelmente a saúde mental das comunidades acolhedoras", alertou, sublinhando a importância de envolver a comunidade científica e os profissionais de saúde para abordar esta questão. A pandemia deve servir como um alerta para a atenção necessária aos impactos duradouros na saúde mental, que requerem um olhar atento por parte das instituições de saúde e dos governos.

António Vitorino também reforçou a necessidade de garantir acesso a cuidados de saúde a todos os imigrantes, independentemente do seu estatuto legal, uma questão crítica para a saúde pública. "Não se deve permitir que doenças se propaguem, uma vez que todos acabamos por partilhar o mesmo espaço e riscos", enfatizou.

Recordou ainda as palavras do secretário-geral da ONU, António Guterres, que afirmou que "ninguém está a salvo, enquanto todos não estiverem salvos". Para Vitorino, o acesso à saúde deve ser baseado na presença no território e não em critérios de legalidade, sendo essencial para garantir o bem-estar coletivo.

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#SaúdeGlobal #DireitosHumanos #PreparaçãoPandémica