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Porto acolhe marcha da comunidade LGBT em defesa de direitos e inclusão

há 3 horas

Cerca de 100 manifestantes uniram-se no Porto para reivindicar políticas públicas que protejam os direitos da comunidade LGBT e a reintegração de manuais educativos sobre identidade de género.

Porto acolhe marcha da comunidade LGBT em defesa de direitos e inclusão

No Porto, cerca de 100 pessoas juntaram-se hoje na Praça do Marquês para participar numa marcha de protesto, denunciando o apagamento dos direitos da comunidade LGBT na agenda política. O percurso culminou na Avenida dos Aliados, onde os manifestantes partilharam preocupações e exigências junto dos decisores políticos.

Filipe Gaspar, membro da organização da Marcha do Orgulho LGBTI+, destacou a necessidade de trazer à tona as questões da comunidade durante a campanha para as próximas eleições legislativas. “É urgente assegurar que determinadas condições sejam prioritárias nas políticas públicas”, comentou.

O porta-voz sublinhou que a situação tem vindo a agravar-se sob o atual Governo, com a retirada de manuais educacionais sobre identidade de género nas escolas e propostas que ameaçam a criminalização das terapias de conversão. “Assistimos a um aumento do discurso de ódio que não podemos aceitar”, acrescentou.

Os manifestantes exigem, além da reintegração dos manuais, uma melhoria do acesso ao Serviço Nacional de Saúde, face às dificuldades que muitas pessoas enfrentam nas consultas de identidade de género. Gaspar também defendeu a criação de centros comunitários que promovam o encontro, a cultura e o debate dentro da comunidade LGBT.

Na sua crítica, Filipe Gaspar lamentou a falta de políticas que acompanhem a evolução da consciência social em relação a estas questões. “Estamos presentes na sociedade, somos parte dela e devemos ser ouvidos, em vez de sermos alvo de discursos de ódio alimentados por grupos de extrema-direita”, afirmou.

Durante a marcha, carregavam-se cartazes com mensagens como "Liberdade a sério" e "A saúde é um direito e não um negócio", reforçando a intersecção entre diferentes lutas sociais. “As nossas reivindicações vão além da identidade de género; a luta pela habitação e educação também é nossa”, concluiu Filipe.

O protesto foi também marcado por referências a políticas discriminatórias, incluindo as do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a repressão de manifestações na Europa, como na Hungria. Filipe condenou a busca por bodes expiatórios em tempos de crise, onde grupos vulneráveis, como a comunidade queer e migrantes, são frequentemente atacados.

Alguns participantes trouxeram bandeiras da Palestina, destacando a solidariedade interseccional com outras lutas por justiça.

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