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Peru reafirma ausência de investimento em ferrovia entre Brasil e Pacífico

O governo peruano nega qualquer envolvimento ou planos para investir em ferrovia que ligue a Bahia ao porto de Chancay, apesar de discussões entre Brasil e China.

há 12 horas
Peru reafirma ausência de investimento em ferrovia entre Brasil e Pacífico

Na quarta-feira, o primeiro-ministro do Peru, Eduardo Arana, esclareceu que o Governo do Peru "não autorizou nem planeja investir" numa ferrovia que ligue o estado brasileiro da Bahia ao porto triturador de Chancay. Este projeto está atualmente em análise entre o Brasil e a China.

Na sua declaração, Arana sublinhou que "tudo o que o Governo brasileiro possa ter discutido com a China é um projeto que eles estão livres para continuar", mas enfatizou que isso não significa que o governo peruano esteja envolvido ou deva estar. Para a concretização desse projeto, o executo peruano teria de financiar o comboio, que está avaliado em cerca de 10 mil milhões de dólares (aproximadamente 8,52 mil milhões de euros).

O primeiro-ministro notou que o governo do Peru, neste momento, "não autorizará nem planeja investir essa quantia". Contudo, se o Brasil optar por avançar com um investimento privado, o Ministério dos Transportes e Comunicações do Peru "analisará a possibilidade de autorização".

Arana recordou que há muitos anos o Brasil tenta estabelecer uma ligação ao Pacífico, tendo explorado outras alternativas, como os portos de Matarani e Callao, até chegar à proposta do porto de Chancay, que é de proprietária chinesa e está estrategicamente posicionado na costa central do Peru.

Recentemente, o Brasil e a China assinaram um acordo para estudar a viabilidade de uma linha ferroviária que seria construída desde o porto de Ilhéus, no Oceano Atlântico, até Chancay, atravessando estados como Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre.

De acordo com o Ministério dos Transportes do Brasil, a empresa estatal China State Railway Group participará nos estudos da viabilidade "económica, social e ambiental" da iniciativa, que busca reposicionar o Brasil no comércio internacional, principalmente para as exportações dirigidas ao mercado asiático.

O porto de Chancay, inaugurado em junho de 2024, foi construído com investimento chinês e é um dos projetos que fazem parte da iniciativa "Uma Faixa, Uma Rota", da qual o Brasil não está incluído.

O Ministério dos Transportes brasileiro concluiu, afirmando que esta nova proposta ferroviária tem o potencial de se tornar a principal artéria de uma nova rota bioceânica, promovendo ainda mais o comércio internacional e trazendo benefícios significativos para as exportações brasileiras para a Ásia.

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