PCP critica o "quinteto do retrocesso" pela situação do SNS
O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, denunciou a falta de condições para a fixação de profissionais de saúde, acusando partidos de desmantelarem o SNS e ignorarem a gravidade da situação.

Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP, fez críticas severas ao que designou de "quinteto do retrocesso", composto pelo PSD, CDS, Chega, IL e PS, afirmando que estes partidos estão a contribuir para o desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Em declarações à imprensa, em Vilar de Mouros, Caminha, o comunista sublinhou a urgência de criar condições que permitam a retenção de médicos, enfermeiros e técnicos de saúde.
Raimundo salientou que o governo parece não se preocupar com o encerramento de urgências, afirmando que "é indiferente se estão cinco, seis ou oito urgências fechadas", desconsiderando as consequências que isso acarreta. O político realçou ainda que este cenário se agrava com casos recentes, como a morte de dois bebés, resultado de complicações graves durante a gravidez.
O secretário-geral do PCP tornou claro que "já se atingiu um limite” e que a ministra da Saúde não é "incompetente", mas que está a executar com "grande competência" o programa do Governo, que, segundo ele, é “perigoso” para o SNS e para os utentes. "Trocar de ministra não mudará a política que afeta diretamente a saúde", acrescentou.
Raimundo atribuiu responsabilidade não só ao governo atual mas também ao PSD, CDS, Chega e IL, afirmando que o PS não é inocente por ter apoiado as linhas do Governo. "O PS não pode agora lamentar-se, quando fez parte dele", disse.
O PCP criticou o governo pela forma como tem conduzido a política de saúde, afirmando que “não se pode continuar a desmantelar” o SNS, que deve ser visto como a solução para os problemas de saúde da população. O secretário-geral questionou o porquê de tantas urgências estarem fechadas e se realmente faltam médicos disponíveis.
Recentemente, a RTP relatou o caso de uma mulher grávida em risco que perdeu o bebé após ter sido encaminhada para um hospital a mais de uma hora da sua localização. O Ministério da Saúde, numa resposta, negou que a utente tenha sido desprezada e confirmou que recebeu acompanhamento médico durante o trajeto.
Além disso, relatou-se um outro caso em que uma grávida em situação crítica não obteve ajuda da linha de Saúde 24 e acabou por ser assistida pelos bombeiros, após chamar o 112, uma situação que mais uma vez revela as falhas do sistema atual.