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PCP critica Governo por falhas graves na assistência a grávidas

O PCP responsabiliza o Governo por comprometer a segurança das mulheres grávidas, denunciando a falta de medidas adequadas no Serviço Nacional de Saúde.

04/07/2025 19:00
PCP critica Governo por falhas graves na assistência a grávidas

O Partido Comunista Português (PCP) expressou hoje a sua indignação em relação à atuação do Governo, acusando-o de colocar deliberadamente em risco as mulheres grávidas. O partido refere que a ausência de medidas eficazes na área da saúde gerou uma situação de "insegurança e desumanidade".

A reação surge na sequência da reportagem da RTP, que relatou o caso de uma mulher grávida de 31 semanas que, após ter sido encaminhada para um hospital a mais de uma hora de distância da sua casa, perdeu o bebé. O PCP considera este episódio como um reflexo da situação insustentável que se vive na obstetrícia do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

No comunicado em questão, o partido afirma que as decisões do atual Governo, assim como das administrações anteriores, degradaram as condições de trabalho e os salários dos médicos, especialmente dos obstetras. É destacado que, apesar de a obstetrícia ser uma das especialidades mais procuradas pelo setor privado, o Governo optou por encerrar serviços intermitentemente, preparando-se para encerramentos definitivos, o que tem levado a uma crescente vulnerabilidade para as grávidas.

O PCP sublinha que, quase diariamente, surgem relatos de mulheres grávidas que se veem forçadas a deslocar-se de hospital em hospital à procura de atendimento ou que precisam de enfrentar longas viagens para aceder aos cuidados necessários. O partido considera que esta é uma política que compromete seriamente a segurança das grávidas e dos seus filhos, exigindo uma intervenção decisiva para valorizar as carreiras dos profissionais de saúde e para investir nos serviços de saúde, especialmente no que diz respeito aos blocos de partos e urgências obstétricas na região de Lisboa e Vale do Tejo.

Ainda assim, o PCP sublinhou que as responsabilidades, além de possíveis questões técnicas, são essencialmente políticas, estando claras para todos. "A culpa recai sobre o Governo, cuja política é a causa do risco para as mulheres e as suas crianças", afirmaram.

Em resposta, o Ministério da Saúde contradisse as acusações, afirmando que a assistência à grávida que perdeu o bebé não foi negada e que a utente foi acompanhada por um médico do INEM durante o percurso entre o Barreiro e o Hospital de Cascais. O ministério garante que a resposta prestada esteve em conformidade com os protocolos de referência e acesso em vigor, embora a situação continue a gerar controvérsia.

O PCP também anunciou ter solicitado uma audição urgente da ministra da Saúde, Ana Paula Martins, na Assembleia da República, para discutir a situação dos serviços de urgência em ginecologia e obstetrícia e as soluções que o governo pretende implementar para resolver os atuals constrangimentos.

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