O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, enfatizou a relevância do Estado na cultura, sem restringir a diversidade estética, num encontro em Almada.
No decurso de um encontro com profissionais das artes em Almada, Paulo Raimundo, líder do PCP, reiterou a ideia de que o Estado deve desempenhar um papel ativo na cultura, sublinhando que não precisa de interferir em todos os aspetos da vida social.
"Os liberais afirmam que o Estado deve manter-se distante, mas nós defendemos que a intervenção estatal é crucial, especialmente na cultura", afirmou Raimundo, após ouvir as preocupações dos artistas presentes.
O secretário-geral frisou que a proposta de um serviço público de cultura não significa que o Estado deva ditar quais as tendências culturais ou estéticas. "O serviço público destina-se a garantir que a cultura seja acessível, não a impor estéticas através da limitação dos subsídios", explicou.
Raimundo criticou a mercantilização da cultura, comparando-a à venda de produtos como batatas, e alertou que quando a cultura regrediu, a democracia também sofreu as consequências. "A cultura deve resistir e avançar, tal como a CDU", afirmou, ligando o papel do partido à luta pela preservação dos valores culturais.
A atriz Maria João Luis também se manifestou, denunciando uma cultura elitista que não serve a todos os cidadãos. Ela referiu a insegurança que os profissionais da área enfrentam, exemplificando a instabilidade dos subsídios que recebem.
Logo após este encontro, Paulo Raimundo participou numa arruada, expressando esperança na eleição de Paula Santos e Bruno Dias, candidatos pelo distrito de Setúbal. Isabel Camarinha, antiga secretária-geral da CGTP, também discursou, pedindo um aumento da representação do PCP na Assembleia da República e criticou o apelo ao voto útil do PS, enfatizando que o verdadeiro voto necessário é na CDU.