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Paquistão realiza teste de míssil em meio a tensões crescentes com a Índia

há 12 horas

O exército paquistanês realizou com sucesso o teste de um míssil terra-terra, intensificando as preocupações sobre uma escalada de conflitos com a Índia, após um ataque mortal na Caxemira.

Paquistão realiza teste de míssil em meio a tensões crescentes com a Índia

Hoje, o exército do Paquistão anunciou a realização de um teste bem-sucedido do sistema de armas Abdali, um míssil com capacidade terra-terra e um alcance de 450 quilómetros. A informação foi confirmada por um comunicado oficial referido pela agência France-Presse (AFP).

As autoridades ressaltaram que o objetivo do teste era assegurar a prontidão operacional das forças armadas, além de validar os parâmetros técnicos cruciais, incluindo o sistema de navegação avançado e as capacidades de manobrabilidade do míssil.

A tensão entre Paquistão e Índia aumentou após um atentado que causou a morte de 26 civis na Caxemira indiana, ocorrido a 22 de abril. Nova Deli apontou o dedo a Islamabad pelo ataque, que não foi reivindicado, mas o Paquistão rejeita qualquer acusação de envolvimento.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, deu luz verde a uma resposta militar e, desde então, o Paquistão afirma ter informações sobre um possível ataque indiano iminente.

O recente teste de míssil segue um período de intensa atividade militar ao longo das fronteiras entre os dois países. Fontes de segurança no Paquistão indicaram que o exército realizou grandes manobras para demonstrar a sua capacidade de resposta a qualquer agressão.

Além disso, a Marinha indiana intensificou a sua presença no Mar Arábico, realizando exercícios de tiro em sua Zona Econômica Exclusiva, ao largo da costa de Gujarat, que se encontra nas proximidades do Paquistão.

O ministro da Defesa paquistanês, Khawaja Asif, fez uma advertência à Índia na sexta-feira, alertando sobre possíveis consequências de qualquer tentativa de bloquear ou desviar recursos hídricos conforme estipulado no Tratado da Água do Indo. Asif enfatizou que ações dessa natureza seriam vistas como atos de agressão que provocariam uma resposta severa.

“A agressão não se limita apenas ao uso de armamentos. Ela assume várias formas. Bloquear ou desviar água, que pode conduzir à fome e à sede, configuraria uma agressão contra o Paquistão”, afirmou, em entrevista à Geo TV.

O Tratado, que foi assinado em 1960, estabelece a troca de água do rio Indo e seus afluentes entre os dois países, sendo que os rios da bacia do Indo representam uma fonte vital de água para o Paquistão, especialmente para a agricultura.

Com as tensões a escalar, a Índia anunciou na sexta-feira uma proibição imediata de todas as importações, diretas e indiretas, de mercadorias provenientes do Paquistão, fortalecendo assim as restrições comerciais entre estas nações do sul da Ásia. A proibição permanecerá em vigor "até nova ordem", de acordo com um comunicado oficial.

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