O primeiro-ministro francês, François Bayrou, admite a possibilidade de um referendo para um plano de reestruturação das finanças públicas, visando economias significativas até 2026, apesar da sua posição instável no parlamento.
O primeiro-ministro da França, François Bayrou, revelou, em entrevista ao semanário Journal du Dimanche, que está a ponderar a realização de um referendo sobre um plano abrangente de reorganização da despesa pública. Este plano visa alcançar uma poupança estimada em 40 mil milhões de euros até 2026, dependente da "adesão dos franceses".
Bayrou enfatizou a gravidade da situação, afirmando: "Considero que a questão é suficientemente séria e tem repercussões duradouras para o futuro do país, devendo ser colocada diretamente aos cidadãos. Por isso, não descarto nenhuma possibilidade. Seria um passo inédito."
O plano que pretende apresentar requererá esforços conjuntos e, dada a sua magnitude, será insustentável sem o apoio popular. O primeiro-ministro também esclareceu que apenas o Presidente da República possui a autoridade para convocar referendos.
A urgência de implementar cortes surge na sequência da situação crítica das contas públicas, com um défice estimado em 5,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024. Embora se preveja que, com os cortes no orçamento de 2025, esse valor diminua para 5,4% este ano, a aprovação deste orçamento por parte de Bayrou foi possível apenas através de concessões feitas a partidos como os socialistas e a extrema-direita, em um parlamento amplamente fragmentado.
É digno de nota que o antecessor de Bayrou, Michel Barnier, saiu do cargo após uma moção de censura, que ocorreu devido à sua tentativa de aprovar um orçamento de austeridade sem colaboração política.
Com vista ao cumprimento das metas orçamentais exigidas por Bruxelas, o ministro da Economia, Éric Lombard, já advertiu que, para 2026, será necessário proceder a cortes adicionais de 40 mil milhões de euros na despesa, a fim de que o défice se fixe em 4,6%.