Mobilização de Reservistas em Israel e Declarações Controversas de Netanyahu

No sábado, as Forças de Defesa de Israel (IDF) anunciaram o envio de ordens de convocação para dezenas de milhares de reservistas, com esperadas aparições nas Forças Armadas já na próxima semana.

A decisão de mobilização surge após a apresentação de um plano militar ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que prevê uma potencial expansão das operações em Gaza, caso as negociações sobre os reféns não avancem rapidamente.

O Times of Israel reporta que os reservistas poderão ser deslocados para zonas de crescente tensão, como o Líbano, a Síria ou a Cisjordânia, em vez de serem enviados diretamente para Gaza, um território atualmente marcado pela devastação do conflito iniciado em outubro de 2023.

Num contexto em que várias cartas de veteranos pedem um acordo de reféns com o Hamas, a IDF esclareceu que a convocação é motivada por "interesses práticos e operacionais". Por sua vez, Netanyahu reforçou a sua crítica ao Qatar, um mediador no conflito, afirmando que é essencial que o país se posicionasse claramente entre "a civilização" e "a barbárie", referindo-se a Israel e ao Hamas, respetivamente.

"Chegou a altura de o Qatar deixar de jogar nos dois lados. Israel está a lutar uma guerra justa com meios justos", escreveu o primeiro-ministro na rede social X.

A violência inicial, que teve início em 7 de outubro, resultou na morte de 1.218 israelitas, a maioria civis, enquanto que o Hamas considera que, na sua resposta militar, morreram mais de 52.495 pessoas na Faixa de Gaza, segundo dados do Ministério da Saúde do enclave, que são considerados fiáveis pela ONU.

Dessas vítimas, 251 foram raptadas, com 58 ainda retidas em Gaza. Entre elas, o exército israelita confirmou a morte de 34 pessoas, enquanto o Hamas detém o corpo de um soldado israelita que faleceu em 2014.

Desde o final da trégua, o Hamas divulgou vários vídeos dos reféns, enquanto as conversações mediadas pelo Qatar e Egito para a sua libertação e um possível cessar-fogo em Gaza continuam sem progressos.