Paquistão reabre espaço aéreo após acordo de cessar-fogo com a Índia

O espaço aéreo paquistanês foi restabelecido "a todos os voos", conforme anunciado hoje pela Autoridade de Aviação Civil do Paquistão. Esta decisão surge logo após a declaração conjunta de cessar-fogo entre a Índia, o Paquistão e os Estados Unidos.

Nos últimos dias, o Paquistão enfrentou a necessidade de fechar e reabrir diversos aeroportos e partes do seu espaço aéreo, consequência de ataques e retaliações com a Índia, um país com o qual teve o seu confronto militar mais grave em duas décadas.

O novo entendimento entre os dois países, que são potências nucleares, foi resultado de negociações intermediadas pelos Estados Unidos. O cessar-fogo foi acordado após uma série de violentos confrontos que se acentuaram devido a um ataque a tiros contra turistas na região da Caxemira indiana, pelo qual a Índia responsabilizou o Paquistão.

Embora o Presidente dos EUA, Donald Trump, tenha anunciado que a Índia e o Paquistão tinham concordado no cessar-fogo promovido por Washington, o Governo indiano enfatizou que o acordo foi "negociado diretamente" entre as partes envolvidas no conflito.

O cessar-fogo foi resultado de uma conversa telefónica entre os responsáveis pelas operações militares de ambos os países, conforme indicado pelo secretário do Ministério dos Negócios Estrangeiros indiano. Ele também mencionou que "os líderes das operações militares voltarão a reunir-se em 12 de maio".

No entanto, uma fonte anónima do Governo indiano especificou que "não foi tomada qualquer decisão para abrir novas discussões sobre outras questões" entre as duas nações.

A escalada do conflito teve início a partir de um atentado ocorrido em 22 de abril em Pahalgam, uma cidade turística na parte indiana da Caxemira, onde 26 pessoas perderam a vida. A Índia, acusando o Paquistão de apoio a um grupo extremista responsável pelo ataque, respondeu com intensas hostilidades que resultaram em quase 100 mortes, aumentando as tensões na região.