As eleições intercalares de segunda-feira são um termómetro da popularidade de Ferdinand Marcos Jr., com a coligação de Duterte a mostrar força nas sondagens.
As eleições intercalares que se realizam esta segunda-feira nas Filipinas estão a ser analisadas como um verdadeiro referendo à administração do Presidente Ferdinand Marcos Jr., também conhecido como Bongbong. As sondagens indicam que a coligação do ex-presidente Rodrigo Duterte, actualmente detido em Haia, está a ganhar apoio significativo.
Marcos Jr. tem liderado a campanha com a sua lista de 11 candidatos ao Senado, incluindo figuras proeminentes como Erwin Tulfo, atual membro da Câmara dos Deputados, e o famoso boxeiro Manny Pacquiao, que já streamou a presidência anteriormente. A Aliança para as Novas Filipinas, sob a liderança de Marcos Jr., parece manter uma vantagem nas sondagens, com vários candidatos posicionados para assegurar um lugar no Senado.
Durante um 'comício de antevisão' em Manila, o Presidente destacou o reconhecimento internacional da economia filipina como uma das que mais cresce desde a sua posse em julho de 2022, um ponto que sublinha continuamente durante a sua campanha. Contudo, as sondagens também revelam que os candidatos associados à coligação de Duterte, mesmo com as suas controvérsias, estão a obter uma resposta positiva entre os eleitores.
O senador Bong Go, que busca a reeleição, é indicado como o segundo candidato mais popular nas sondagens. Além disso, uma pesquisa da Universidade de Mindanau sugere que Duterte poderá recuperar a presidência da câmara de Davao, o seu reduto, apesar da sua ausência no arquipélago.
A campanha eleitoral foi marcada por um confronto cada vez mais aceso entre Marcos Jr. e a vice-presidente Sara Duterte, originada numa aliança para a conquista do poder em 2022, que rapidamente começou a desmoronar. A detenção de Duterte tem exacerbado a divisão entre os dois grupos, com a senadora Imee Marcos, irmã mais velha de Bongbong, a distanciar-se da lista electoral do irmão.
Cerca de 68 milhões de filipinos irão votar para eleger 12 senadores, 254 representantes districtais, 63 representantes partidários e 17.942 cargos que incluem governadores e membros das assembleias provinciais.
Este escrutínio abrangerá também os representantes da região autónoma muçulmana de Bangasamoro, localizada na ilha de Mindanao, a segunda maior do arquipélago.
A eurodeputada portuguesa Marta Temido, do PS, substituirá no cargo de líder da missão de observação eleitoral da UE, sendo esta a primeira assessoria europeia a um acto eleitoral nas Filipinas, o que representa uma oportunidade para fortalecer as relações entre a União Europeia e o país asiático, conforme uma declaração do Serviço de Ação Externa da UE. Temido, eleita nas eleições de junho passado, descreveu a missão como um "grande desafio".