O cessar-fogo unilateral decretado pela Rússia na Ucrânia expirou, sem que se avançasse em negociações para uma prorrogação, gerando uma nova crise nas relações internacionais.
O cessar-fogo de três dias, declarado unilateralmente pela Rússia, chegou ao fim às 00h00 de domingo, hora local, ou seja, às 22h00 de sábado em Lisboa. Esta trégua, que teve início à meia-noite de 07 para 08 de maio, coincidiu com as celebrações do Dia da Vitória do Exército Vermelho sobre a Alemanha nazi, atraindo a Kyiv líderes de França, Reino Unido, Alemanha e Polónia.
Apesar dos apelos ocidentais para a prorrogação do cessar-fogo por um mês, o Kremlin demonstra resistência a essa proposta. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, manifestou que a Rússia está disposta a discutir tréguas, desde que não sejam utilizadas por Kiev para se rearmar e reorganizar tropas nas linhas de frente.
Adicionalmente, Peskov desvalorizou as ameaças de sanções por parte dos países ocidentais, afirmando que a Rússia já está familiarizada com tais medidas e tem planos para mitigar os seus impactos. “Recusar-se a negociar com a Rússia é uma perda de tempo”, sublinhou.
Durante o período do cessar-fogo, a Ucrânia acusou a Rússia de não respeitar completamente a trégua, embora tenha reconhecido uma diminuição nos ataques com mísseis e drones. Moscovo, por sua vez, alega que as forças ucranianas violaram repetidamente os termos da trégua, reportando mais de 9.000 infrações.
Contudo, os ataques ucranianos com drones em território russo foram suspendidos, particularmente em Moscovo, onde se realizou uma importante parada militar em 09 de maio para celebrar a vitória sobre o nazismo em 1945.