O presidente da CEP rejeita o "totoloto" e apela por uma união em oração para a escolha de um Papa que dê continuidade ao legado de Francisco.
O bispo de Leiria-Fátima e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa alertou que jogar nomes num "totoloto" não é a solução para a escolha do sucessor de Francisco. Em entrevista à Lusa, enfatizou que os cardeais presentes no conclave já estão cientes da responsabilidade que lhes cabe e que o caminho iniciado por Francisco deverá ser continuado com firmeza.
Segundo ele, não se trata de impor uma orientação única, mas de decidir que linguagem e atitudes devem orientar o futuro da Igreja. Enquanto aguardamos o início do conclave, que virá após o período de luto de nove dias decretado pela Santa Sé, diversos encontros entre os cardeais têm servido para discutir tanto a gestão interna da cúria como temas essenciais para a Igreja.
A importância do discurso do Papa no conclave já se verificou em anos anteriores. Há doze anos, a fala de Bergoglio foi decisiva para a eleição do sucessor de Bento XVI, assim como a homilia de Ratzinger na missa exequial de João Paulo II em 2005.
Nesta última cerimónia, presidida pelo decano Giovanni Batista Re (95 anos), a exaltação do esforço do Papa Francisco em apoio aos migrantes, refugiados e na promoção da paz ficou evidente, juntamente com o seu papel na transformação da Igreja Católica.
Para além dos debates entre os cardeais, o presidente da CEP conclamou os fiéis a unir-se numa "toto-oração", lembrando que o envolvimento dos católicos é fundamental para que o escolhido seja verdadeiramente o homem que Deus deseja para conduzir a Igreja.
Nascido como Jorge Mario Bergoglio, em Buenos Aires, a 17 de dezembro de 1936, Francisco tornou-se o primeiro jesuíta e o primeiro latino-americano a liderar a Igreja Católica. A sua última aparição pública ocorreu domingo de Páscoa no Vaticano.