O partido pede a ampliação da proibição dos voos noturnos e critica a Vinci por não agir em relação ao ruído, responsabilizando o Estado pelos custos das adaptações necessárias.
A porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, defendeu hoje a necessidade de alargar a proibição dos voos noturnos em Lisboa, durante um encontro com a plataforma cívica "Aeroporto fora, Lisboa melhora" no Campo Grande.
Realçou que é vital que a próxima legislatura implemente medidas que visem melhorar a qualidade de vida das populações afetadas pelo tráfego aéreo no aeroporto Humberto Delgado. Segundo a líder do partido, a passagem constante de aviões tem impactos negativos “não apenas no descanso e na qualidade de vida” dos residentes, mas também no ambiente devido à emissão de partículas finas.
Inês de Sousa Real propôs que o período de proibição de voos noturnos seja alargado para assegurar que os cidadãos possam desfrutar de um mínimo de oito horas de descanso, conforme defendido pela plataforma cívica.
A líder do PAN sublinhou que o Estado está a suportar os custos das medidas de mitigação do ruído, como a adaptação de janelas, quando tal responsabilidade deveria recair sobre a Vinci, a empresa concessionária dos aeroportos em Portugal. "É inaceitável que o erário público arcar com os custos de interesses privados", acentuou.
Real fez um apelo ao Governo para que exija à Vinci a implementação das medidas necessárias para reduzir o ruído e, assim, proteger a qualidade de vida da população e o meio ambiente.
Além disso, alertou para preocupações de segurança associadas à localização do aeroporto, afirmando que a cidade está sujeita a riscos acrescidos, já que incidentes aéreos em áreas urbanas podem resultar em danos significativos.
Por último, após uma visita à associação Crescer, a líder do PAN reiterou a sua oposição à construção do novo aeroporto em Alcochete. Argumentou que esta solução não resolverá, de forma alguma, os problemas da área metropolitana de Lisboa, alertando que este aeroporto poderá estar localizado numa zona propensa a cheias e que o custo para os contribuintes será superior a 10 mil milhões de euros, sem solucionar a questão do ruído.