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ONU intensifica previsão de desastres climáticos em Moçambique

O Escritório das Nações Unidas e as autoridades moçambicanas estão a aprimorar a previsão de desastres climáticos, permitindo uma resposta mais rápida e eficaz às catástrofes.

09/07/2025 15:55
ONU intensifica previsão de desastres climáticos em Moçambique

O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) e o governo de Moçambique anunciaram progressos significativos na previsão de eventos climáticos extremos, aumentando a confiança nas suas previsões e na capacidade de resposta a desastres.

Num boletim divulgado recentemente, o OCHA destacou que "hoje podemos prever com confiança crescente a ocorrência e o impacto dos eventos climáticos que fogem ao comum". O objetivo é intervir antes que ocorra uma catástrofe, minimizando assim o número de mortos e feridos, além de aliviar o sofrimento das populações afetadas.

Através de um sistema coordenado que envolve o OCHA e o Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), são usados "gatilhos" predefinidos juntamente com tecnologias de previsão avançadas, que incluem dados de instituições como a Météo-France La Réunion e a NASA. Estes gatilhos estabelecem limiares específicos, como a velocidade do vento e o volume de chuvas, que, quando atingidos, permitem uma resposta proativa.

Entre as principais iniciativas está o financiamento pré-preparado, com até seis milhões de dólares do Fundo Central de Resposta a Emergências (CERF). Esses fundos são libertados sem demora burocrática assim que os gatilhos são activados, permitindo uma resposta humanitária mais ágil e digna.

As ações antecipatórias visam proteger as comunidades mais vulneráveis, incluindo a disseminação de alertas precoces, assistência alimentar, serviços de emergência de água e saneamento, bem como a distribuição de materiais de higiene e apoio a centros de alojamento temporário. A OCHA enfatiza que agir antes do surgimento de riscos previsíveis é fundamental para uma resposta mais eficiente.

A abordagem foi testada com sucesso em março de 2025, quando a activação dos gatilhos antecedeu o Ciclone Jude, levando à disponibilização de seis milhões de dólares para mitigação.

Durante a última época ciclónica, de dezembro a março, Moçambique foi afetado por três ciclones, incluindo o devastador Chido, que resultou na destruição de milhares de casas e em aproximadamente 175 mortes.

O aumento na frequência e intensidade dos ciclones que atingem Moçambique na última década foi destacado no relatório sobre o Estado do Clima em Moçambique 2024, elaborado pelo Instituto de Meteorologia (Inam), que analisou as épocas ciclónicas desde 1981 até à presente data.

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