ONU critica plano israelita e alerta para riscos em Gaza

Volker Türk, alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, manifestou-se hoje contra o mais recente plano de Israel para Gaza, afirmando que este "aumenta as preocupações" acerca da viabilidade da vida dos palestinianos na região. Türk destacou a intenção de Israel de realizar deslocações forçadas da população palestiniana para áreas limitadas no sul da faixa, juntamente com as ameaças de expulsão.

O responsável da ONU sublinhou que tais ações parecem vislumbrar a imposição de condições de vida insustentáveis para os palestinianos, tornando complicada a sua permanência como grupo no território. Türk mencionou também o bloqueio humanitário severo que Israel implementou desde março, uma medida que, segundo as autoridades israelitas, visa forçar o Hamas a libertar os reféns capturados no ataque de 7 de outubro de 2023.

"Os cidadãos de Gaza já estão desprovidos do mínimo essencial, como alimento, e Israel continua a atacar as cantinas comunitárias e aqueles que tentam manter uma ordem pública básica", referiu Türk. Ele alertou que o uso da fome como arma de guerra constitui um crime. Para ele, a solução definitiva para esta crise deve ser o pleno cumprimento dos direitos humanos, tal como estipulado pelo Tribunal Internacional de Justiça em pareceres anteriores.

A nova campanha militar israelita, que inclui a 'conquista' da faixa de Gaza e o deslocamento em massa da população, foi oficialmente anunciada pelo governo de Israel na segunda-feira. As reacções internacionais foram de forte condenação, com vários países a exigir a entrada imediata de ajuda humanitária na região devastada.

O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, da extrema-direita, reagiu ao questionar sobre o futuro pós-guerra em Gaza, afirmando que "Gaza será totalmente destruída" e prevendo uma significativa emigração da população deslocada para países terceiros.